Moraes autoriza ultrassom em Bolsonaro e avalia pedido de cirurgia

Atualizado em 13 de dezembro de 2025 às 21:39
Bolsonaro soluçando em vídeo divulgado por Carluxo. Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes autorizou Jair Bolsonaro a receber um médico na sede da Polícia Federal em Brasília para realizar um exame de ultrassonografia. O despacho afirma que “as visitas dos médicos do sentenciado, devidamente cadastrados, não necessitam de prévia comunicação”, desde que observem determinações já fixadas pelo STF. O pedido para o exame havia sido protocolado na quinta-feira.

Bolsonaro está preso na Superintendência da PF desde novembro e tem alegado problemas de saúde recorrentes. A defesa afirma que o ex-presidente enfrenta quadro de soluços persistentes e hérnia, exigindo cirurgia e internação imediata por até uma semana. Os advogados insistem que a remoção hospitalar é necessária para evitar agravamento.

Antes de decidir sobre a cirurgia, Moraes determinou uma perícia médica independente. O objetivo é avaliar a real necessidade do procedimento e se há condições clínicas que justifiquem a saída temporária da unidade da PF. O ministro quer um relatório técnico que detalhe diagnósticos, riscos, urgência e alternativas viáveis.

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes. Foto: Sergio Lima/AFP

A defesa insiste que Bolsonaro tem apresentado piora no quadro e que o tratamento não poderia ser feito dentro da carceragem. O pedido formal para transferência hospitalar foi protocolado na terça-feira. Segundo os advogados, exames prévios já indicaram a recomendação cirúrgica como opção mais segura.

A autorização para realização do ultrassom representa apenas uma etapa preliminar na análise do STF. A perícia deverá indicar se o ex-presidente pode permanecer sob custódia durante o tratamento ou se será necessário permitir a saída sob escolta. Moraes ainda não definiu prazo para decidir sobre eventual internação.

O caso se soma a outras discussões judiciais envolvendo as condições de detenção do ex-presidente. A defesa sustenta que o estado de saúde requer cuidados contínuos, enquanto o STF mantém cautela diante de sucessivos pedidos de flexibilização de medidas carcerárias.