Senado ou governo: futuro eleitoral de Haddad depende de Alckmin

Atualizado em 14 de dezembro de 2025 às 9:08
Fernando Haddad sério, olhando para o lado
O ministro Fernando Haddad – Divulgação

Fernando Haddad evita declarações diretas, mas já admite internamente que seu papel em 2026 será disputar novamente uma eleição majoritária em São Paulo.

O ministro da Fazenda, que ganhou protagonismo no governo Lula, avalia dois caminhos possíveis: concorrer ao Senado ou tentar novamente o governo paulista. A definição, porém, depende da decisão de Geraldo Alckmin, atual vice-presidente, que também tem São Paulo como base eleitoral. As informações são de Lauro Jardim, de O Globo.

Segundo interlocutores do PT, Haddad considera natural que sua candidatura seja construída de acordo com o espaço que Alckmin ocupará na eleição. Se o vice-presidente decidir disputar o governo, o ministro tende a concorrer ao Senado. Se Alckmin optar pela vaga no Senado, Haddad seria lançado ao Palácio dos Bandeirantes para enfrentar a direita paulista em um novo embate estadual.

A expectativa no governo é que Alckmin demore um pouco mais para confirmar seus planos, já que negocia seu futuro político com o PSD e busca preservar a relação com Lula. A decisão do vice tem impacto direto na estratégia eleitoral do PT no estado, que vê Haddad como único nome capaz de polarizar com a base bolsonarista e atrair votos de centro.

vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, a tarifa de 40% para uma série de produtos brasileiros, como o café, ainda é uma ‘distorção’, que precisa ser ‘corrigida’ com as negociações.

Haddad também leva em conta o ambiente nacional: sua permanência no Ministério da Fazenda até meados de 2026 fortaleceria sua imagem de gestor, especialmente se a agenda econômica evoluir positivamente. O ministro, porém, sabe que o desgaste natural do cargo e o cenário fiscal instável podem pesar contra sua candidatura se adiar demais a saída.

Dentro do PT paulista, há consenso de que Haddad precisa voltar ao estado para liderar a campanha de 2026, independentemente do cargo escolhido. A sigla trata as eleições como estratégicas para reduzir a hegemonia conservadora em São Paulo e consolidar uma base mais sólida para Lula no Congresso.

A definição do tabuleiro eleitoral deve ocorrer apenas no segundo trimestre de 2026. Até lá, Haddad mantém o discurso discreto, mas trabalha silenciosamente para construir alianças e preparar sua volta ao enfrentamento nas urnas.