
O programa Fantástico, da TV Globo, foi até a Bahia para reconstruir a trajetória de Poliane Gomes, conhecida como “Rainha do Sul”. Advogada de formação, ela se envolveu com um cliente ligado ao tráfico de drogas, tornou-se companheira do criminoso e passou a ocupar posição de destaque dentro de uma das maiores facções do Nordeste, segundo a investigação policial.
A reportagem detalha como a relação profissional evoluiu para um vínculo pessoal que abriu espaço para a atuação direta de Poliane na organização criminosa. De acordo com os investigadores, a advogada deixou de atuar apenas na esfera jurídica e passou a exercer funções estratégicas dentro do grupo.
Em registros divulgados pela polícia, ela aparece em fotos com amigos, sorridente e em poses cuidadosamente produzidas. Já em mensagens de áudio trocadas em grupos privados, o tom é outro e revela o grau de violência atribuído a ela pela investigação.
Em um dos áudios obtidos pela polícia, Poliane faz ameaças diretas. “Vou começar a matar para essas desgraças pagarem. Pode avisar que quem não pagar, vai pagar com a vida”, diz a gravação reproduzida na reportagem.
https://twitter.com/GuilhermeA52629/status/2000263932481786217
Segundo a Polícia Civil, essas mensagens reforçaram a suspeita de que a advogada exercia poder de comando dentro da facção, inclusive na cobrança de dívidas relacionadas ao tráfico de drogas. Os investigadores apontam que as ordens partiam de Poliane e eram executadas por outros integrantes do grupo.
Detalhes sobre a operação que levou à prisão de Poliane e de outras 14 pessoas. A ação policial identificou uma estrutura complexa de atuação da quadrilha, com divisão de tarefas, uso de empresas e aquisição de bens de alto valor.
Entre os ativos investigados está um haras mantido pelo grupo. De acordo com a polícia, o local era usado para lavar dinheiro do tráfico, por meio da criação e comercialização de cavalos, estratégia apontada como forma de dar aparência legal aos recursos ilícitos.
As prisões ocorreram após meses de investigação, que incluiu interceptações telefônicas, análise de movimentações financeiras e monitoramento dos suspeitos. Poliane Gomes e os demais presos são investigados por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.