
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, decidiu bancar a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto até o fim, mesmo preferindo, nos bastidores, um projeto presidencial com Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
A avaliação do dirigente é pragmática: ainda que Flávio seja derrotado pelo presidente Lula (PT), o partido sairia fortalecido eleitoralmente.
Valdemar aposta que a candidatura de Flávio serve como instrumento para ampliar o tamanho da bancada do partido no Congresso. O objetivo declarado é eleger ao menos 120 deputados federais e 20 senadores, superando com folga os números atuais.
Pelas contas internas, os votos do bolsonarismo seriam suficientes para atingir essa meta, o que torna, para o presidente do PL, mais vantajoso manter Flávio como candidato do que abrir espaço para uma alternativa fora do controle direto da sigla.
Desde agosto, Valdemar e Tarcísio de Freitas conversaram sobre uma eventual candidatura presidencial e até sobre a filiação do governador paulista ao PL. Ainda assim, enquanto Jair Bolsonaro e Flávio insistirem no projeto próprio, o partido seguirá alinhado ao senador.

Aliados reconhecem que Flávio ainda não é visto como viável pelo Centrão, mas o anúncio da pré-candidatura foi tratado como decisivo para destravar o projeto da dosimetria, que reduz penas de condenados pela trama golpista, incluindo Jair Bolsonaro.
O texto avançou na Câmara dois dias após Flávio dizer que haveria “um preço” para recuar do projeto presidencial. No PL, admite-se que o senador participou das conversas, embora a ida do tema ao plenário seja atribuída ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Após o avanço da proposta, Flávio passou a sustentar publicamente que não desistirá da disputa e tentou pavimentar apoios em um jantar com líderes do Centrão. O encontro, porém, foi descrito por participantes como “travado”.