
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta terça-feira (16), o desembargador Macário Judice Neto, relator do caso envolvendo Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
A prisão ocorreu no âmbito da Operação Unha e Carne 2, que investiga o vazamento de informações sigilosas e a obstrução de investigações policiais no Rio de Janeiro.
Segundo a PF, a nova fase da operação apura a atuação de agentes públicos no vazamento de dados confidenciais que comprometeram a Operação Zargun, deflagrada em setembro. Além da prisão do magistrado, são cumpridos dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em endereços no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
Em nota, a PF afirmou que “a ação se insere no contexto da decisão do STF no âmbito do julgamento da ADPF 635/RJ (ADPF das Favelas)”, que determinou à corporação investigar a atuação de grupos criminosos violentos e suas conexões com agentes públicos no estado.
PF prende desembargador do Rio responsável pelo caso TH Joias https://t.co/KCReoGIM3k #g1 pic.twitter.com/lZcNNIuC9l
— g1 (@g1) December 16, 2025
Bacellar volta a ser alvo
O deputado estadual licenciado Rodrigo Bacellar (União Brasil), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), também voltou a ser alvo de buscas. Preso na primeira fase da operação, Bacellar foi solto após decisão do plenário da Alerj e responde em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica.

De acordo com decisão do ministro Alexandre de Moraes, há “fortes indícios” de que Bacellar tenha participado do vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun.
A decisão afirma que “Bacellar (…) teve conhecimento prévio da operação policial, comunicou-se com Thiego — principal alvo da ação — e ainda o orientou quanto à retirada de objetos de interesse investigativo”.
Caso TH Jóias e Operação Zargun
TH Jóias foi preso em 3 de setembro, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, acusado de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e negociação de armas para o Comando Vermelho.
Segundo a investigação, ele utilizava o mandato na Alerj para favorecer o crime organizado, intermediar a compra de drogas, fuzis e equipamentos antidrones e indicar pessoas ligadas a traficantes para cargos parlamentares.
Na época, foram expedidos 18 mandados de prisão preventiva, além de 22 de busca e apreensão, inclusive na sede da Alerj, onde policiais federais recolheram materiais relacionados às apurações.
