
Um quadro de Tarsila do Amaral, “Sol Poente”, de 1929, foi visto na casa do ex-presidente do Itaú, Roberto Setubal. A obra, que é da mesma fase de “Abaporu”, estava apoiada no chão, escorada contra uma parede, quando foi registrada em uma postagem no Instagram de Daniela Fagundes, ex-mulher do banqueiro.
A imagem foi apagada, mas gerou especulações sobre a origem do quadro e seu paradeiro. “Sol Poente” tem um valor estimado em R$ 250 milhões e foi recuperado pela polícia em 2022, após ter sido furtado de Geneviève Boghici, viúva de um colecionador de arte.
A obra foi encontrada escondida embaixo da cama de uma das acusadas no caso. O roubo foi parte de um golpe maior que envolveu cárcere privado e furtos de diversas obras valiosas da coleção de Geneviève, com prejuízo estimado em R$ 725 milhões.
A disputa judicial em torno do quadro envolve, entre outros, Geneviève, sua filha Muriel e o espólio de sua falecida filha Sabine, que foi acusada de orquestrar o golpe. Ela deixou um testamento que tem sido contestado na Justiça. A mãe, por sua vez, não declarou ao espólio várias obras de arte que haviam sido vendidas a galeristas ricos no Brasil, incluindo obras de Tarsila.

A pintura “Sol Poente” foi uma das obras mais emblemáticas recuperadas, e agora está sendo procurada pela Justiça. Geneviève, embora não tenha revelado onde a obra está, insiste que o quadro está em um lugar seguro, sem dar mais detalhes. Ela afirmou que a pintura permanece com sua família há mais de 50 anos e sempre foi mantida em destaque na casa.
A ex-mulher de Setubal afirmou que o quadro foi enviado a ele pela Almeida & Dale, uma das galerias mais importantes do Brasil, que pediu para que ela apagasse a foto devido à situação judicial da pintura. No entanto, a empresa negou qualquer envolvimento com a obra e não comentou sobre o pedido.
Geneviève disse que a imagem é inteligência artificial e nega que “Sol Poente” tenha sido negociado por ela ou tenha saído de sua posse. Ela também criticou o local onde a pintura foi colocada na casa de Setubal, afirmando que uma obra tão valiosa deveria ter um lugar de destaque, e não ficar debaixo de outros quadros, perto de um local onde um cachorro poderia fazer suas necessidades.