
Caciques de diferentes partidos do Centrão passaram a considerar como mais do que provável a permanência de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) até o fim da corrida presidencial de 2026, conforme informações da colunista Daniela Lima, do UOL.
A leitura nos bastidores é que a pré-candidatura lançada pelo senador deixou de ser vista como um blefe e passou a ser tratada como um cenário real de disputa.
A mudança de cenário levou pré-candidatos da centro-direita e da direita a rediscutirem as condições da disputa, inclusive entre si. A estratégia em debate é iniciar, já no começo do próximo ano, uma rodada de conversas para tentar construir uma terceira via que represente a direita, mas seja aceitável para o centro político e para o mercado.
Nesse movimento, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), já conversou com o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). A ideia também é dialogar com Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, além de dirigentes do Centrão.
“Ou a centro-direita senta e se organiza ou vai para o segundo turno e perde com o Flávio”, afirmou um estrategista do grupo.

Blefe descartado nos bastidores
No início, a candidatura de Flávio Bolsonaro havia sido tratada com descrença tanto por aliados quanto por adversários do bolsonarismo. O gesto do senador, apresentado como escolha direta de Jair Bolsonaro (PL) para a disputa presidencial, foi recebido com ceticismo generalizado.
A avaliação do dirigente é pragmática: ainda que Flávio seja derrotado pelo presidente Lula (PT), o partido sairia fortalecido eleitoralmente.
Valdemar aposta que a candidatura de Flávio serve como instrumento para ampliar o tamanho da bancada do partido no Congresso. O objetivo declarado é eleger ao menos 120 deputados federais e 20 senadores, superando com folga os números atuais.
Pelas contas internas, os votos do bolsonarismo seriam suficientes para atingir essa meta, o que torna, para o presidente do PL, mais vantajoso manter Flávio como candidato do que abrir espaço para uma alternativa fora do controle direto da sigla.