Milei defende ação dos EUA contra a Venezuela: “Argentina saúda a pressão”

Atualizado em 20 de dezembro de 2025 às 15:23
Os presidentes Donald Trump (EUA), e Javier Milei (ARG). Foto: Reprodução/Reuters
Os presidentes Donald Trump (EUA), e Javier Milei (ARG) durante reunião em Washington. Foto: Reprodução/Reuters

O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou apoio às ações do governo dos Estados Unidos contra a Venezuela durante a 67ª Cúpula do Mercosul, realizada nesta sexta-feira (19), em Foz do Iguaçu (PR). O discurso ocorreu em meio ao aumento da pressão internacional liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sobre o governo de Nicolás Maduro.

Na plenária do encontro, Milei afirmou que a Argentina saúda a estratégia adotada por Washington para pressionar o governo venezuelano, sediado em Caracas. Segundo ele, o objetivo seria responder à crise política, social e humanitária que atinge a Venezuela e defender o respeito à vontade popular no país vizinho. “Ditadura atroz e desumana”, mencionou.

O posicionamento do argentino ocorre em um contexto de endurecimento da política externa dos Estados Unidos contra o governo venezuelano. Trump acusa formalmente Maduro de liderar um suposto cartel ligado ao narcotráfico, conhecido como “Cartel de los Soles”, e afirma que a estrutura do Estado sulamericano estaria associada a atividades criminosas.

Durante o discurso, Milei classificou o regime chavista como uma ditadura e afirmou que “Esse perigo e essa vergonha não podem continuar existindo no continente”. O presidente argentino defendeu que a situação venezuelana não pode continuar sem resposta regional e internacional – “O tempo para uma abordagem tímida para este assunto acabou”, disse.

O líder do governo argentino também destacou o reconhecimento internacional à opositora María Corina Machado: “à coragem da vencedora do Nobel da Paz 2025”. A premiação foi entregue à filha da líder política, que leu um discurso em defesa da democracia e fez críticas diretas ao chavismo.

Paralelamente às declarações políticas, os Estados Unidos ampliaram sua presença militar no Caribe e no Pacífico. Segundo informações oficiais, forças americanas já bombardearam mais de 25 embarcações suspeitas de envolvimento com o narcotráfico, ações que resultaram em mais de 100 mortes.

Trump também passou a mencionar publicamente a possibilidade de uma intervenção terrestre na Venezuela e não descartou um conflito armado. O governo americano ainda ameaça impor um embargo ao petróleo venezuelano como parte da estratégia de pressão sobre Maduro.

Em resposta, o governo venezuelano acusa Washington de utilizar o combate ao narcotráfico como justificativa para tentar derrubar o presidente e assumir o controle das reservas de petróleo do país. Caracas nega as acusações e classifica as ações americanas como uma tentativa de ingerência externa.

Veja a fala do presidente argentino:

Lindiane Seno
Lindiane é advogada, redatora e produtora de lives no DCM TV.