UE reafirma a Lula compromisso com assinatura do acordo com o Mercosul

Atualizado em 20 de dezembro de 2025 às 23:46
O presidente Lula (PT) e Ursula Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Foto: Reprodução

A União Europeia enviou uma carta na última sexta-feira (19) ao presidente Lula (PT) para formalizar o compromisso de assinar o acordo comercial entre o Mercosul e a UE no início de janeiro, conforme informações do UOL.

O documento afirma que a assinatura não ocorreu durante a cúpula do Mercosul, realizada neste sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR), por entraves internos do bloco europeu, mas reforça a intenção de concluir o processo nas próximas semanas.

A carta é assinada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa. No texto, eles afirmam: “Gostaríamos de transmitir o nosso firme compromisso de proceder à assinatura do Acordo de Parceria UE-Mercosul e do Acordo Comercial Provisório no início de janeiro”.

Os líderes dizem lamentar que o tratado não tenha sido firmado durante a cúpula e apontam a “finalização de procedimentos internos necessários no Conselho para autorizar o ato oficial” como motivo do adiamento.

Lula e outros presidentes e representantes dos países do Mercosul. Foto: Reprodução

Von der Leyen e Costa agradeceram a Lula e destacaram a liderança do presidente brasileiro no processo, descrito como “alicerce central” para os laços políticos, econômicos e estratégicos entre as regiões.

A carta reconhece que alguns países do bloco ainda demonstram insegurança. “A conclusão célere deste processo (…) gerará clareza e confiança para todas as partes interessadas”, diz o documento.

A expectativa é que o acordo seja assinado em 12 de janeiro, no Paraguai.

Negociação de 25 anos e resistências

UE e Mercosul negociam o acordo há cerca de 25 anos. O texto prevê redução de tarifas e facilitação do comércio e foi concluído em dezembro do ano passado, abrindo caminho para o maior acordo desse tipo já firmado pelo bloco europeu.

A maior resistência vem de Itália e França, que pedem garantias adicionais para proteger seus agricultores. Em sentido oposto, Alemanha, Espanha e países nórdicos defendem o tratado, apontando ganhos para exportações afetadas por tarifas dos EUA, menor dependência da China e maior acesso a minerais estratégicos.