
Flávio Dino ajuda os desentendidos a entender por que Lula não brincou de republicano neutro, distanciado e contemplativo na escolha do novo ministro do Supremo.
Imaginemos que Rodrigo Pacheco, o preferido de Davi Alcolumbre, Flávio Bolsonaro, Sóstenes Cavalcante, Silas Malafaia e outros, pudesse se atrever a fazer o que Dino fez em um domingo.
Vejam o que ele fez hoje. Suspendeu, por liminar, a tentativa da direita de fazer valer de novo as emendas parlamentares já canceladas.
A maracutaia estava em artigo incluído no projeto de lei que reduz em 10% parte dos benefícios fiscais, aprovado na quarta-feira pela Câmara e pelo Senado.
Seriam revalidadas emendas parlamentares inscritas como “restos a pagar” entre 2019 e 2023. São emendas que, por algum motivo, não tiveram recursos aproveitados e foram canceladas por decurso de prazo.
Só este ano, R$ 2,97 bilhões em emendas parlamentares foram cancelados por decurso de prazo para execução. O artigo ressuscitava essas emendas, claro que muitas envolvendo mutretas. A decisão liminar atende a um pedido de deputados do partido Rede Sustentabilidade e do PSOL.
Agora a decisão de Dino vai para o plenário, para ver se os demais ministros concordam. Dificilmente não irão concordar, o que provocará mais uma guerra com as máfias das emendas.
Mas Flávio Dino está lá para enfrentar essas gangues. É onde Jorge Messias deve estar no ano que vem, fazendo o que deve ser feito, enfrentando golpistas e quadrilhas emendadeiras. Não é um ambiente para Rodrigo Pacheco.