Dino faz o que Rodrigo Pacheco não faria, muito menos num domingo. Por Moisés Mendes

Atualizado em 22 de dezembro de 2025 às 7:22
O  senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Flávio Dino ajuda os desentendidos a entender por que Lula não brincou de republicano neutro, distanciado e contemplativo na escolha do novo ministro do Supremo.

Imaginemos que Rodrigo Pacheco, o preferido de Davi Alcolumbre, Flávio Bolsonaro, Sóstenes Cavalcante, Silas Malafaia e outros, pudesse se atrever a fazer o que Dino fez em um domingo.

Vejam o que ele fez hoje. Suspendeu, por liminar, a tentativa da direita de fazer valer de novo as emendas parlamentares já canceladas.

A maracutaia estava em artigo incluído no projeto de lei que reduz em 10% parte dos benefícios fiscais, aprovado na quarta-feira pela Câmara e pelo Senado.

Seriam revalidadas emendas parlamentares inscritas como “restos a pagar” entre 2019 e 2023. São emendas que, por algum motivo, não tiveram recursos aproveitados e foram canceladas por decurso de prazo.

Só este ano, R$ 2,97 bilhões em emendas parlamentares foram cancelados por decurso de prazo para execução. O artigo ressuscitava essas emendas, claro que muitas envolvendo mutretas. A decisão liminar atende a um pedido de deputados do partido Rede Sustentabilidade e do PSOL.

Agora a decisão de Dino vai para o plenário, para ver se os demais ministros concordam. Dificilmente não irão concordar, o que provocará mais uma guerra com as máfias das emendas.

Mas Flávio Dino está lá para enfrentar essas gangues. É onde Jorge Messias deve estar no ano que vem, fazendo o que deve ser feito, enfrentando golpistas e quadrilhas emendadeiras. Não é um ambiente para Rodrigo Pacheco.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/