Rússia reforça apoio à Venezuela contra EUA

Atualizado em 22 de dezembro de 2025 às 23:21
Nicolás Maduro e Vladimir Putin. Foto: Divulgação

Na segunda-feira, 22 de dezembro, a Rússia reiterou seu apoio “total” à Venezuela, em resposta a uma série de ações dos Estados Unidos no Caribe. Washington bloqueou e apreendeu petroleiros venezuelanos como parte de suas sanções, o que foi considerado uma escalada de hostilidades por Moscou.

Essa posição foi confirmada por meio de uma conversa telefônica entre os chanceleres russo, Sergei Lavrov, e venezuelano, Yvan Gil, cujos comunicados foram divulgados pelas autoridades dos dois países.

Durante o diálogo, ambos expressaram preocupação com o aumento das operações militares dos EUA na região, incluindo ataques a embarcações supostamente envolvidas com tráfico de drogas. A acusação dos americanos foi feita sem a apresentação de provas públicas, o que gerou uma forte reação de Caracas.

Além disso, dois petroleiros venezuelanos foram apreendidos e um terceiro estava sendo perseguido pelas forças americanas, conforme uma autoridade dos EUA. A Rússia, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, condenou as ações militares de Washington, alertando sobre o impacto negativo na estabilidade regional e na segurança da navegação internacional.

Moscou ainda reiterou sua solidariedade ao governo e ao povo venezuelano, destacando a importância de defender a soberania nacional em face de intervenções externas. A Venezuela, por sua vez, se prepara para levar a crise ao Conselho de Segurança da ONU.

Trump afirma que os Estados Unidos apreenderam um navio petroleiro próximo à Venezuela. Foto: Reprodução

A reunião está marcada para terça-feira (23), após a solicitação formal de Caracas, com o apoio da Rússia e da China. Em sua mensagem no Telegram, o chanceler Yvan Gil acusou os Estados Unidos de promoverem “agressões e violações flagrantes do direito internacional”, referindo-se aos ataques às embarcações e ações que classificou como pirataria.

Desde setembro, os EUA têm intensificado suas operações no Caribe e no Pacífico Oriental, visando embarcações que, segundo Washington, estariam associadas ao narcotráfico. Essas operações já resultaram na morte de mais de 100 pessoas, incluindo pescadores locais.

Em resposta, o governo venezuelano chamou a situação de uma “campanha de agressão”, destacando o impacto das sanções e das operações militares no país. O presidente Donald Trump, em uma medida que busca pressionar ainda mais o regime de Nicolás Maduro, anunciou no último dia 16 de dezembro um bloqueio formal aos petroleiros que operam em rotas relacionadas à Venezuela.

A Casa Branca justifica essa ação alegando que o governo dele utiliza os recursos provenientes do petróleo para financiar atividades criminosas, incluindo tráfico de drogas e seres humanos. Contudo, essas acusações têm sido repetidamente negadas por Caracas.

A Rússia, aliada histórica de Maduro, manifestou novamente seu “total apoio” à Venezuela, destacando a continuidade do bloqueio aos navios petroleiros e a onda de apreensões que se intensificaram recentemente.

Lavrov, em sua conversa com Gil, reiterou a solidariedade russa, prometendo total respaldo às ações da Venezuela no Conselho de Segurança da ONU. Esse apoio é visto como parte de uma estratégia mais ampla para desafiar a pressão internacional exercida por Washington sobre o regime de Maduro.

No entanto, os EUA parecem dispostos a continuar com suas operações, mesmo diante da oposição russa e chinesa. O bloqueio de navios petroleiros e as sanções impostas à Venezuela têm gerado um impacto econômico significativo, já que o país possui a maior reserva comprovada de petróleo do mundo, mas enfrenta sérias dificuldades devido às sanções internacionais.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.