Enel se recusa a sair de SP e avisa governo Lula que não venderá a concessão

Atualizado em 22 de dezembro de 2025 às 19:39
Logo da Enel. Foto: Divulgação

Executivos da Enel informaram ao Ministério de Minas e Energia que a distribuidora não venderá o controle da concessão de energia elétrica em São Paulo. A comunicação ocorreu na semana passada, em meio às discussões sobre alternativas para enfrentar a crise no fornecimento registrada após sucessivos apagões no estado. Com informações de Júlio Wiziack, no UOL.

O recado foi transmitido por telefone ao secretário-executivo do ministério, Arthur Valerio. A conversa aconteceu durante um impasse que envolve o governador Tarcísio de Freitas, o prefeito da capital Ricardo Nunes e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre possíveis medidas relacionadas à concessão.

A Enel não comentou oficialmente o conteúdo da conversa. De forma reservada, integrantes da empresa e do ministério confirmaram a informação. O contrato da distribuidora em São Paulo vence em 2028, mas a companhia já solicitou a renovação antecipada do acordo.

Técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica indicaram que a empresa enfrenta dificuldades para cumprir metas de qualidade. Em menos de dois anos, a área de concessão registrou cinco apagões de grande porte, com interrupções prolongadas no fornecimento de energia para milhões de consumidores.

Vista aérea de apagão em SP. Foto: Reprodução

Na semana passada, após reunião entre Tarcísio e Ricardo Nunes, o ministro Alexandre Silveira concordou em encaminhar o pedido de caducidade da concessão como uma das possibilidades em análise. O processo, porém, segue trâmites administrativos e não tem efeito imediato.

No ministério, há relatos de interesse de grupos como Neoenergia, CPFL e Equatorial na concessão paulista. Técnicos, no entanto, apontam dois entraves: a recusa da Enel em vender o controle e o curto prazo restante do contrato, que exigiria novos investimentos elevados por parte de um eventual comprador.