
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, confirmou que manteve conversas com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, motivadas pela preocupação do magistrado com os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky. As medidas, impostas pelos Estados Unidos em julho de 2025, restringiriam a realização de operações financeiras pelo ministro em instituições com vínculos com o sistema bancário norte-americano. Com informações do site Poder360.
O Banco Central informou que não pretende divulgar comunicados oficiais sobre o conteúdo dessas conversas mantidas ao longo dos últimos meses. Segundo relatos atribuídos a Galípolo, os contatos ocorreram de forma amistosa e não envolveram qualquer tipo de solicitação relacionada a decisões da autoridade monetária.
A explicação desmente a matéria publicada pela jornalista Malu Gaspar nesta segunda-feira (22), no Globo, na qual ela acusa o ministro Alexandre de Moraes de pressionar o presidente da autoridade monetária para intervir em favor dos interesses de Daniel Vorcaro e do Banco Master, em razão de um contrato celebrado pela instituição financeira com o escritório de sua esposa, Viviane.
O presidente do Banco Central tem afirmado a interlocutores que não sofreu pressão de Moraes em relação à tentativa de venda do Banco Master para o BRB nem sobre o processo de liquidação da instituição. A operação de venda foi vetada pelo BC em setembro de 2025, e a liquidação do banco ocorreu posteriormente, em novembro do mesmo ano.

Rumores sobre supostas pressões passaram a circular em Brasília e no mercado financeiro a partir de outubro de 2025. Banqueiros da região da avenida Faria Lima relataram supostos comentários atribuídos ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre contatos frequentes entre Moraes e Galípolo no período que antecedeu o veto à operação.
De acordo com essas versões, Galípolo teria comunicado o episódio ao próprio Lula, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a integrantes do STF. O presidente do Banco Central, no entanto, nega de forma reiterada ter se sentido pressionado ou ter apresentado mensagens de teor indevido relacionadas a Moraes.
O contexto ganhou atenção adicional após a divulgação de que a advogada Viviane Barci, esposa do ministro do STF, foi contratada pelo Banco Master. Os valores e detalhes do contrato não foram integralmente tornados públicos, e nem a advogada nem a instituição contestaram os números divulgados parcialmente.