Damares aciona PGR por impeachment de Moraes e explicação sobre Banco Master

Atualizado em 23 de dezembro de 2025 às 8:57
A senadora Damares Alves. Foto: Agência Senado

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) anunciou que vai encaminhar, ainda nesta terça-feira (23), uma denúncia com pedido de impeachment e uma representação criminal contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Além disso, a parlamentar informou que irá protocolar no Senado um convite para que o magistrado preste esclarecimentos sobre revelações publicadas pela colunista Malu Gaspar, do Globo.

As iniciativas também serão assinadas pelos senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES). Segundo o grupo, o objetivo é apurar possíveis irregularidades envolvendo contatos de Moraes com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, relacionados ao Banco Master, instituição que mantinha contrato de R$ 130 milhões com Viviane Barci, esposa do ministro.

Na representação criminal, os parlamentares pedem que a PGR receba a denúncia e instaure inquérito para apurar os fatos narrados na reportagem. Caso seja caracterizado o crime de advocacia administrativa, solicitam que o Ministério Público Federal adote as sanções penais cabíveis.

Em relação ao pedido de impeachment, Damares, Girão e Malta solicitam que Gonet receba a peça e que a análise de admissibilidade seja conduzida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

As conversas entre Moraes e Galípolo, segundo Daniela Lima, do Uol, teriam ocorrido em um contexto mais amplo, relacionado à aplicação da lei Magnitsky contra o ministro, sua esposa e negócios da família, bem como aos impactos da sanção sobre bancos que mantinham relações com eles. O tema foi revelado pela colunista Daniela Lima, do UOL, com base em fontes que acompanham o caso.

Os diálogos teriam ocorrido de forma presencial e por telefone, em meio à sanção imposta pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 30 de julho, posteriormente revogada pelo governo estadunidense. Naquele período, Moraes enfrentava restrições financeiras, o que o levou, por exemplo, a trocar a bandeira de seu cartão de crédito por uma com formação 100% nacional.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, em montagem de duas fotos, sérios
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes – Reprodução

Segundo aliados de Moraes e de Galípolo, havia dúvidas a serem esclarecidas junto às instituições financeiras que prestavam serviços ao ministro ou ao Supremo Tribunal Federal.

Fontes próximas afirmam que o tema envolvendo o Banco Master ocupou espaço reduzido nas conversas e que não houve qualquer tipo de interferência indevida. Para esses interlocutores, sugerir pressão sobre o dono do banco, Daniel Vorcaro, “seria leviano”.

O Banco Central informou que não divulgará comunicados oficiais sobre o conteúdo das conversas mantidas nos últimos meses. De acordo com relatos atribuídos a Galípolo, os contatos ocorreram de forma amistosa e não envolveram pedidos relacionados a decisões da autoridade monetária.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.