
Pilotos e comissários representados pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) entraram em estado de greve após rejeitar duas propostas de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), incluindo uma mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A decisão ocorre em um momento crítico, às vésperas do período de alta demanda no transporte aéreo, durante as festas de final de ano.
O SNA informou que os tripulantes continuarão trabalhando normalmente até a realização da assembleia de deflagração da greve, marcada para a próxima segunda (29), às 9h30, na sede do sindicato, em São Paulo. Nessa reunião, pilotos e comissários decidirão se interrompem ou não as atividades.
A principal razão para a rejeição das propostas foi a falta de aumento real nos salários e a ausência de avanços em questões que consideram prioritárias, como o combate à fadiga, um tema diretamente relacionado à segurança operacional.
O sindicato ressaltou que a fadiga dos tripulantes é um fator crucial para garantir a segurança do transporte aéreo, especialmente em um período de intensa utilização da malha aérea. A falta de medidas concretas para resolver esse problema foi um dos motivos para a insatisfação da categoria com as propostas apresentadas.

Os aeronautas também criticaram a falta de avanços em questões relacionadas à qualidade de vida e às condições de trabalho. O SNA também apontou que, apesar da crise enfrentada por algumas empresas aéreas, o setor apresentou bons resultados financeiros em 2025, incluindo companhias que ainda estão em recuperação judicial.
Para o sindicato, isso indica que as empresas têm capacidade para atender às demandas da categoria, melhorando as condições de trabalho e oferecendo melhores salários para os profissionais da aviação. A percepção é que a situação financeira do setor permite avanços na remuneração e nas condições laborais.
O SNA reconheceu em nota os possíveis transtornos causados por uma greve, mas enfatizou que essa medida seria um “último recurso” após a falta de consenso nas negociações. A mobilização da categoria, segundo o sindicato, visa garantir a valorização dos aeronautas, considerando que uma remuneração justa e boas condições de trabalho são essenciais para manter os altos padrões de segurança e qualidade no transporte aéreo.