Lula diz que impacto do tarifaço foi “irrelevante” e que ficou “amigo” de Trump

Atualizado em 23 de dezembro de 2025 às 18:20
Donald Trump e Lula. Foto: Divulgação

O presidente Lula afirmou nesta terça-feira (23) que as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros tiveram um impacto “irrelevante” sobre a economia nacional.

De acordo com o pestista, mesmo com o aumento das tarifas, o Brasil conseguiu superar o período sem prejuízos significativos, destacando a recuperação do poder de compra da população e a desaceleração nos preços dos alimentos.

As declarações ocorreram durante a assinatura de um decreto no Palácio do Planalto que reconheceu a música gospel como manifestação cultural nacional. Ele destacou que o ano termina com resultados econômicos positivos, como a menor inflação acumulada dos últimos quatro anos e o menor índice de desemprego da história do Brasil.

“O ano termina bem. O preço do alimento está caindo, as pessoas estão voltando a acessar coisas que ficaram mais caras”, afirmou o presidente. Ele também ressaltou que, apesar da taxação imposta pelos Estados Unidos, a medida acabou não prejudicando a economia brasileira.

“Mesmo a taxação que os Estados Unidos fizeram contra o Brasil terminou sendo irrelevante”, completou. O tarifaço mencionado por Lula ocorreu em agosto, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 40% sobre uma série de produtos brasileiros, incluindo café, cacau, sucos de frutas e carne bovina.

Porém, em novembro, Trump retirou essa tarifa após uma conversa telefônica com Lula, o que marcou um movimento de aproximação entre os dois líderes. “Quando muita gente imaginava que eu e o Trump iríamos entrar em guerra, nós terminamos virando amigos”, afirmou o presidente, refletindo sobre a mudança nas relações entre os dois países.

Após a retirada das , o governo brasileiro passou a negociar a retirada de outras alíquotas e a revogação das sanções da Lei Magnitsky, uma legislação dos Estados Unidos que afeta indivíduos e entidades do governo russo e, por consequência, também afeta o Brasil.

As negociações continuam sendo um foco importante para o governo de Lula, que busca melhorar a relação comercial e diplomática entre os dois países. Além das questões econômicas, ele também falou sobre a política interna, destacando o crescimento da massa salarial e a implementação de políticas sociais em 2025.

O presidente ressaltou que o Brasil está avançando em questões de inclusão social, como no Imposto de Renda, e anunciou que o governo continuará promovendo a redução das desigualdades sociais no próximo ano.

Outro tema abordado por Lula foi a luta contra a violência de gênero. O presidente afirmou que a questão precisa ser discutida de forma ampla, incluindo escolas e instituições religiosas, e que os homens também devem assumir responsabilidades nesse combate. Ele reiterou que a violência contra a mulher é um problema que exige a participação de toda a sociedade para ser combatido efetivamente.

Em relação à política externa, o presidente afirmou que a aproximação com os Estados Unidos, especialmente após o episódio do tarifaço, representa uma vitória para a diplomacia brasileira. “O Brasil está sendo tratado de outra maneira, com mais respeito”, disse Lula, destacando a importância de um diálogo construtivo com outros países para fortalecer a posição do Brasil no cenário internacional.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.