Moraes detalha reuniões com Galípolo e nega conversa sobre o Master; leia a nota

Atualizado em 24 de dezembro de 2025 às 13:19
Ministro do STF Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, divulgou na noite de terça-feira (23) uma nova nota pública para rebater acusações de que teria tratado da venda do Banco Master ao BRB em conversas com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Este é o terceiro comunicado do magistrado desde a revelação do caso pela imprensa.

Na nova manifestação, Moraes apresentou, pela primeira vez, as datas e a quantidade de encontros com Galípolo. Segundo o ministro, houve duas reuniões presenciais em seu gabinete, realizadas em 14 de agosto e em 30 de setembro, ambas relacionadas aos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky, e não a qualquer negociação envolvendo o Banco Master ou o BRB.

“Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à aquisição do BRB pelo Banco Master”, afirmou o ministro no comunicado. Ele também negou ter mantido conversas telefônicas com o presidente do Banco Central sobre o tema ou qualquer outro assunto.

As notas anteriores do gabinete de Moraes mencionavam apenas que os encontros trataram “exclusivamente” das consequências da sanção imposta com base na Lei Magnitsky, que atingiu o próprio ministro e, posteriormente, sua esposa, Viviane Barci. O novo texto detalha que a primeira reunião ocorreu após a sanção aplicada a Moraes, e a segunda depois da inclusão de sua esposa na lista.

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, e Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central. Foto: Reuters

No comunicado, Moraes acrescentou que “jamais esteve no Banco Central” e reforçou que não houve contato telefônico entre ele e Galípolo. A declaração foi divulgada pouco depois de o jornal O Estado de S. Paulo noticiar a existência de seis ligações feitas pelo ministro ao presidente da autarquia em um único dia.

O ministro também abordou a atuação profissional de sua esposa e afirmou que o escritório de advocacia de Viviane Barci “jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central”, afastando qualquer vínculo com o processo em análise pela autoridade monetária.

As informações surgem após reportagens apontarem a ocorrência de encontros entre Moraes e Galípolo, incluindo ao menos uma reunião presencial. O jornal O Globo havia relatado quatro encontros, enquanto o Estadão citou cinco contatos, sendo um deles presencial, o que levou o ministro a detalhar sua versão dos fatos.

A operação envolvendo o Banco Master e o BRB segue no centro das atenções políticas e jurídicas. As sucessivas notas de Moraes buscam esclarecer o teor das conversas e responder às acusações de suposta interferência no processo conduzido pelo Banco Central. Leia a nota na íntegra:

O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que realizou, em seu gabinete, duas reuniões com o Presidente do Banco Central para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky.

A primeira no dia 14/08, após a primeira aplicação da lei, em 30/08; e a segunda no dia 30/09, após a referida lei ter sido aplicada em sua esposa, no dia 22/09. Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à aquisição do BRB pelo Banco Master.

Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto. Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central.