
O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) detalhou um esquema de corrupção que envolveu o desvio de mais de R$ 56 milhões em recursos públicos em Turilândia, cidade localizada a 157 km de São Luís. As informações são do g1.
A investigação apurou que o prefeito Paulo Curió (União Brasil), a vice-prefeita Tânia Mendes e 11 vereadores estariam envolvidos em uma organização criminosa que desviava recursos principalmente das áreas de Saúde e Assistência Social. O esquema foi desarticulado pela Operação Tântalo II, deflagrada em 22 de dezembro, resultando nas prisões de Curió, Mendes e outros envolvidos.
De acordo com as investigações, os suspeitos criaram empresas fictícias para desviar valores públicos, com empresas como o Posto Turi sendo uma das maiores beneficiárias dos recursos.
O prefeito Curió era apontado como o líder do esquema, sendo o principal destinatário dos valores desviados, enquanto a vice-prefeita Tânia Mendes tinha papel central no núcleo empresarial e na movimentação dos recursos.
Ela é acusada de participar da lavagem de dinheiro e de facilitar contratações fraudulentas, enquanto a ex-vice-prefeita Janaína Lima teria atuado como controladora de uma das empresas envolvidas no esquema.
Os vereadores também desempenhavam um papel crucial, atuando como apoio político e se omitindo de suas funções de fiscalização, em troca de pagamentos periódicos.
Cinco vereadores ainda estão foragidos, enquanto os outros tiveram suas prisões convertidas em domiciliar ou com o uso de tornozeleira eletrônica, para não interromper a administração municipal, que agora terá de ser conduzida pelo presidente da Câmara.
As investigações apontam que os valores desviados não apenas beneficiavam os envolvidos diretamente, mas também eram distribuídos entre os vereadores.
O operador financeiro Wandson Jonath Barros foi identificado como o principal responsável pela engenharia financeira do esquema. Ele gerenciava os desvios, criando empresas de fachada e utilizando “laranjas” para mascarar as operações fraudulentas.

Além disso, a investigação revelou que as empresas contratadas emitiam notas fiscais sem a execução de serviços reais, devolvendo a maior parte dos valores ao núcleo político da organização.
As prisões de Curió, Mendes e outros envolvidos ocorreram após a Justiça autorizar a prisão preventiva dos gestores, enquanto os vereadores estão em prisão domiciliar.
A medida, conforme explicou o promotor Fernando Berniz, visa não interromper as atividades em Turilândia, já que a Câmara Municipal precisa conduzir a administração da cidade.
A operação e as investigações continuam, com o objetivo de identificar todos os envolvidos no esquema e recuperar os recursos desviados.