
O presidente da Argentina, Javier Milei, deu sua contribuição no esforço de bolsonaristas para manter viva a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026. Milei repostou em suas redes sociais um vídeo em que Flávio lê a carta escrita pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reforçando o apoio ao filho no mesmo dia em que passou por mais uma cirurgia em Brasília.
Segundo Daniel Weterman, do Estadão, o gesto do argentino deu fôlego a um movimento que, até então, permanecia restrito ao núcleo mais fiel do bolsonarismo.
A carta havia sido lida por Flávio no Hospital DF Star, pouco antes de Bolsonaro ser levado ao centro cirúrgico, e circulava entre aliados sem provocar adesões relevantes fora desse grupo. A repostagem de Milei, no entanto, passou a ser tratada por bolsonaristas como sinal de respaldo internacional à candidatura.
“Recebi com muita emoção a carta do meu pai, que carrega fé, confiança e responsabilidade. O desafio é grande, mas com sua bênção e a proteção de Deus, seguiremos no caminho certo pelo Brasil”, escreveu Flávio na publicação compartilhada pelo presidente argentino.
Em outra mensagem, também amplificada após o gesto de Milei, Flávio adotou um tom regional e ideológico ao escrever em espanhol: “Vamos libertar o Brasil e toda a América do Sul. Socialismo nunca mais! Basta!”. A frase dialoga diretamente com o discurso do presidente argentino e reforça a tentativa de aproximar os dois projetos políticos no campo da extrema direita sul-americana.
Vamos a liberar a Brasil y a toda América del Sur. ¡Socialismo nunca más! ¡Basta! https://t.co/apNYfXvR1S
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 25, 2025
A carta assinada por Bolsonaro foi escrita antes da cirurgia e ganhou contornos religiosos. “Entrego o que há de mais importante na vida de um pai, o próprio filho, para a missão de resgatar o nosso Brasil”, afirmou o ex-presidente no documento. Aliados interpretaram o trecho como uma analogia bíblica, evocando tanto a história de Abraão e Isaac quanto a entrega de Jesus, numa construção simbólica que reforça o caráter messiânico atribuído à candidatura.
O deputado cassado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi um dos primeiros a celebrar publicamente a atitude de Milei. “Vamossssss!!!! Gracias, Milei”, escreveu, usando bandeiras do Brasil e da Argentina.
O deputado Mario Frias (PL-SP) também exaltou o momento. “Flávio recebe não um cargo, mas uma missão: carregar a voz de milhões, sustentar valores, honrar uma história escrita sob perseguição e coragem”, publicou.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), aderiu ao discurso de mobilização, apesar das divisões internas na direita. “Conte comigo Pr Bolsonaro !!! Vamos lutar juntos para resgatar e reconstruir o Brasil com Flávio Presidente”, escreveu na rede social X.