
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pretende conduzir em 2026 o debate sobre o fim da escala de trabalho 6×1. Ele declarou que a discussão deverá ocorrer de forma “equilibrada”, com participação de representantes de trabalhadores e de empresários. A fala foi dada em entrevista à TV Câmara e fez referência à agenda legislativa que será tratada no próximo ano.
Segundo Hugo Motta, a intenção é iniciar o ano com a perspectiva de discutir o tema da escala 6×1 de maneira ampla. Ele disse que a condução será feita ouvindo “os dois lados” e que a expectativa é analisar diferentes modelos de jornada dentro do Congresso Nacional. A declaração ocorre no contexto de movimentações políticas que envolvem temas trabalhistas e negociações entre governo, parlamentares e setores econômicos.
O fim da escala 6×1 tornou-se uma das principais bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de setores do campo progressista para 2026. O assunto ganhou destaque nacional a partir do PSOL, impulsionado pela atuação de Rick Azevedo, eleito vereador no Rio de Janeiro com essa proposta como eixo central da campanha. Em 2024, a deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) também passou a defender a mudança na jornada.
O governo federal passou a incorporar o tema posteriormente nas discussões trabalhistas, ao lado de centrais sindicais e de parlamentares aliados. Integrantes do Executivo afirmam que a questão envolve impacto para diversas categorias profissionais e depende de negociação com o Congresso. A proposta trata da organização da jornada semanal e do modelo atual de seis dias trabalhados para um de descanso.
No início deste mês, o Senado Federal aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aborda a redução da jornada de trabalho. O texto aprovado prevê a diminuição da carga semanal de 44 para 36 horas, fixa limite de oito horas diárias e autoriza a organização em até cinco dias por semana, sem corte de salários. A matéria ainda depende de análise da Câmara dos Deputados.
Com a tramitação da PEC e as declarações de Hugo Motta, a discussão sobre a escala 6×1 passa a integrar a agenda legislativa prevista para 2026. O tema envolve sindicatos, representantes do setor produtivo e parlamentares de diferentes partidos, que deverão participar de audiências e negociações ao longo do próximo ano.