
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, no Paraguai, após tentar embarcar para El Salvador usando um passaporte paraguaio falso. Ele foi transportado encapuzado e algemado por agentes paraguaios até a região de fronteira e entregue, no início da noite, em Ciudad del Este, à Polícia Federal brasileira.
Segundo autoridades locais, o documento usado por Silvinei estava em nome de Julio Eduardo e apresentou inconsistências já na análise inicial. A checagem técnica e biométrica confirmou a identidade do ex-diretor da PRF, que está proibido de deixar o Brasil por decisão judicial. Durante a abordagem, foram encontrados dois passaportes e documentos brasileiros originais. Imagens registraram o transporte do preso com capuz preto no Departamento de Polícia Aeroportuária.
Silvinei também apresentou uma declaração escrita alegando sofrer de Glioblastoma Multiforme grau IV e afirmou não conseguir falar nem ouvir, solicitando comunicação somente por escrito. Ele disse que viajaria a San Salvador para tratamento médico, mas, segundo a Polícia Federal, não há comprovação da veracidade das informações médicas apresentadas.

De acordo com informações enviadas pela PF ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Silvinei deixou sua residência em São José (SC) na noite de quarta-feira (24), horas antes de falhas serem registradas na tornozeleira eletrônica. O equipamento teria sido rompido na madrugada de Natal. Imagens mostram o ex-diretor deixando o condomínio às 19h22, com carro alugado carregado com sacolas e itens para um cachorro da raça pitbull.
O veículo usado na fuga era diferente do automóvel normalmente utilizado por ele, enquanto o carro habitual seguiu circulando em cidades de Santa Catarina. Equipes da Polícia Penal catarinense e da Polícia Federal foram ao endereço posteriormente, mas ele já não estava no local. Após a prisão no Paraguai, Silvinei foi entregue em Ciudad del Este e será levado para Brasília, onde ficará à disposição da Justiça.
Silvinei Vasques foi condenado pelo STF a 24 anos e 6 meses de prisão por participação no núcleo 2 da trama golpista, ligada à elaboração da chamada “minuta do golpe” e a ações que dificultaram o voto de eleitores do Nordeste nas eleições de 2022. A decisão é de 16 de dezembro e ainda cabe recurso, mas a prisão preventiva foi decretada após a tentativa de fuga.