
O caso envolvendo Silvinei Vasques provocou alarme sobre possíveis fugas de outros golpistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Após a prisão do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraguai e sua transferência para o Brasil, autoridades passaram a acompanhar com mais rigor a situação de condenados que ainda estão em liberdade ou sob monitoramento eletrônico. Com informações do Globo.
Silvinei Vasques foi preso em Assunção ao tentar embarcar para El Salvador utilizando documentos falsos. Ele foi expulso do Paraguai e entregue à Polícia Federal na fronteira com o Brasil, passando a noite na sede da PF em Foz do Iguaçu. A transferência para Brasília foi autorizada, e ele deve cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda.
O ex-diretor da PRF foi condenado pelo STF a 24 anos e 6 meses de prisão por participação na trama golpista após as eleições de 2022. De acordo com as decisões judiciais, ele integrou um dos núcleos julgados mais recentemente pela Primeira Turma do Supremo.
Durante a abordagem no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, no Paraguai, Silvinei apresentou documentos em nome de outra pessoa e uma declaração em espanhol na qual afirmava que tinha câncer na cabeça e não conseguia falar. O diretor de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter, informou que a identificação foi confirmada por meio de fotos, numeração e impressões digitais. O Ministério Público paraguaio vai apurar a origem dos documentos.
A expulsão do território paraguaio ocorreu por ingresso irregular no país e uso de identidade que não correspondia ao portador, conforme a legislação local. Como não havia mandado de prisão no Paraguai, ele foi devolvido ao Brasil e colocado sob custódia da Polícia Federal.
Relatórios enviados ao STF registram que Silvinei deixou sua residência em São José (SC) na noite de quarta-feira (24), véspera de Natal. Imagens indicam saída por volta das 19h22 em veículo alugado, levando sacolas e um cachorro. A tornozeleira eletrônica deixou de emitir sinal no dia seguinte, e equipes da Polícia Penal de Santa Catarina e da PF foram ao endereço, sem localizá-lo.
O ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva após o descumprimento das medidas cautelares impostas anteriormente, incluindo recolhimento domiciliar noturno e monitoramento eletrônico. A decisão permanece válida até a publicação do acórdão que definirá o início do cumprimento definitivo da pena.

Até o momento, 29 pessoas foram condenadas pelo STF em processos relacionados à trama golpista. Parte cumpre pena, enquanto outras ainda aguardam trânsito em julgado. Há também casos de monitoramento eletrônico e situações de foragidos no exterior.
A Polícia Federal informa que recebe e encaminha relatórios diários de monitoramento ao STF nos casos de tornozeleira eletrônica. O sistema registra deslocamentos e eventuais violações de área autorizada. No caso de Silvinei, os registros permitiram constatar a ausência no endereço informado e iniciaram as diligências.