Banco Master: Toffoli rejeita recurso do BC e mantém acareação

Atualizado em 27 de dezembro de 2025 às 19:59
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, sério, olhando para o lado
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli – Reprodução/Agência Brasil

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), esclareceu em decisão recente que o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino Santos, não é investigado no inquérito sobre fraude no Banco Master, mas sua participação na acareação entre os investigados é de grande relevância. As informações são do Globo.

A acareação, marcada para a próxima terça-feira (30), ocorrerá durante o recesso do Judiciário, e terá como objetivo confrontar as versões do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e do ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, ambos envolvidos no caso.

Toffoli explicou que o BC e Aquino não são sujeitos das medidas determinadas pelo STF, mas a investigação, que envolve a venda de carteiras de crédito fraudulentas do Banco Master, é diretamente relacionada à atuação da autoridade reguladora.

A audiência será fundamental para apurar a atuação do BC, especialmente em relação à demora na liquidação do banco e as ações tomadas diante das suspeitas de fraudes que envolvem uma quantia de até R$ 12 bilhões.

Prédio do Banco Master
Prédio do Banco Master – Divulgação

A decisão do STF gerou controvérsias, com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e membros do BC considerando a audiência prematura. O PGR pediu a suspensão da acareação, argumentando que a investigação ainda não avançou o suficiente, mas Toffoli rejeitou a solicitação. Para o STF, a urgência da audiência é justificada pela potencial repercussão do caso no sistema financeiro nacional.

O caso surgiu após a tentativa frustrada de Vorcaro de vender o Banco Master para o BRB, o que foi vetado pelo Banco Central em setembro de 2025.

Dois meses depois, Vorcaro foi preso, e a liquidação do banco foi determinada. A decisão de realizar a acareação busca esclarecer as falhas no processo de fiscalização e possíveis responsabilidades no esquema fraudulento.