
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou neste domingo (28) que não haverá greve de pilotos e comissários de bordo no Brasil. A decisão veio após os trabalhadores aceitarem a proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho para o período 2025/2026, encerrando o risco de paralisação no início do próximo ano.
O acordo foi aprovado em votação aberta realizada no sábado (27), segundo informou o Sindicato Nacional dos Aeronautas. A negociação contou com mediação do Tribunal Superior do Trabalho e envolveu diretamente as companhias aéreas Azul e Gol. Os funcionários da Latam já haviam firmado acordo anteriormente e não participaram da votação final.
Em publicação nas redes sociais, o ministro celebrou o desfecho. “URGENTE: Não haverá greve na aviação no Brasil. Acordo firmado entre o Sindicato Nacional dos Aeronautas e as empresas aéreas, com mediação do TST, garante a normalidade dos voos e segurança aos passageiros”, escreveu. Segundo ele, a decisão também preserva o funcionamento do turismo de negócios e de lazer no país.
Antes do acordo, os aeronautas haviam declarado estado de greve após uma votação apertada que rejeitou a proposta inicial das empresas. Na ocasião, 49,31% votaram contra, 49,25% a favor e 1,44% se abstiveram, mantendo aberta a possibilidade de paralisação a partir de 1º de janeiro, caso não houvesse avanço nas negociações.
URGENTE: Não haverá greve na aviação no Brasil. Acordo firmado entre o Sindicato Nacional dos Aeronautas e as empresas aéreas, com mediação do TST, garante a normalidade dos voos e segurança aos passageiros. Fortalecendo ainda mais o turismo de negócios e de lazer.
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— Silvio Costa Filho (@Silvio_CFilho) December 28, 2025
Entre as principais reivindicações da categoria estavam recomposição salarial pelo INPC acrescido de 3%, reajuste do vale-alimentação pelo índice inflacionário mais R$ 105, melhorias na previdência privada, aumento das diárias internacionais e pagamento em dobro da hora noturna. O sindicato também apontava o combate à fadiga como ponto central, relacionado à saúde dos tripulantes e à segurança operacional.
Diante do impasse, o TST apresentou uma contraproposta prevendo reajuste salarial pelo INPC mais 0,5% e aumento de 8% no vale-alimentação. Esse texto foi submetido à nova votação on-line, que acabou aprovando os termos sugeridos pela Justiça do Trabalho.
O resultado final indicou adesão majoritária ao acordo. Do total de votantes, 65,93% aprovaram a proposta, enquanto 32,77% se posicionaram contra e 1,29% se abstiveram. Com isso, a assembleia que poderia deflagrar a greve foi cancelada.
Com a aprovação da Convenção Coletiva de Trabalho, o setor aéreo mantém a operação regular durante o início de 2026. O acordo afasta o risco de transtornos aos passageiros e encerra uma das negociações mais sensíveis do calendário recente da aviação comercial no Brasil.