Destinos em alta para 2026: guia aposta em turismo sustentável de Abu Dhabi ao Saara

Atualizado em 29 de dezembro de 2025 às 9:56
Vale de Colchagua, no Chile. Imagem: reprodução

Um guia de viagens para 2026 listou destinos “em alta” que, segundo o material, combinam experiências turísticas com impacto positivo – como apoio a comunidades locais, preservação do patrimônio cultural e proteção ambiental. O levantamento foi compilado a partir de sugestões de funcionários da BBC, jornalistas e especialistas em turismo sustentável, com foco em lugares que “recebem entusiasticamente” visitantes e podem transformar a viagem em benefício para as regiões.

Entre os destaques, o texto aponta Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, como um ano de forte agenda cultural e expansão de entretenimento. O distrito cultural de Saadiyat entra na fase final após anos de obras e, além do Louvre de Abu Dhabi (aberto em 2017), a lista cita o TeamLab Phenomena, descrito como o maior museu de arte digital do mundo, e o Museu Nacional Zayed, dedicado a narrativas sobre a formação do país antes da riqueza do petróleo.

Também aparece o futuro Museu de História Natural de Abu Dhabi e o Museu Guggenheim Abu Dhabi, com inauguração esperada para o fim de 2026 ou mais adiante, ao custo estimado de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões); fora da cultura, o guia menciona a expansão de parques temáticos na ilha de Yas, com área dedicada a Harry Potter e a ideia da primeira Disneylândia do Oriente Médio “nos próximos anos”.

Parques temáticos na ilha de Yas. Imagem: reprodução

A Argélia surge como aposta para quem busca ruínas romanas e paisagens do Saara com menos superlotação. O texto diz que o país tenta reaquecer o turismo após anos de barreiras, citando mudanças como visto na chegada para visitantes em tours organizados, o lançamento de uma subsidiária da Air Algérie com voos domésticos desde agosto de 2025 e iniciativas de preservação cultural, incluindo treinamento e apoio a 460 mil artesãos. Entre os pontos citados estão Argel, Constantine e as ruínas de Timgad e Djémila, além das dunas do Saara e o oásis de Djanet como base para explorar o deserto.

Na América do Sul, o guia destaca o Vale de Colchagua, no Chile, como rota de vinhos, gastronomia e experiências rurais. A lista menciona vinícolas tradicionais (como Viu Manent, Los Vascos, Casa Silva e MontGras) e o restaurante Fuegos de Apalta, de Francis Mallmann, além de hospedagens entre vinhedos, rodeios e observação de estrelas no Observatório Cerro Chamán. O texto ressalta que 2026 marca o 30º aniversário da primeira Rota do Vinho do Chile, apresentada como circuito que mantém a região em evidência internacional.

Outros destinos citados aparecem com ênfase em acesso e conservação. As Ilhas Cook são descritas como alternativa com “luxo descalço” e cultura polinésia, com reforços de preservação – como medidas no parque marinho Marae Moana, status especial para três “motu” em Aitutaki e a postergação de pesquisas de mineração em alto-mar até, pelo menos, 2032. O guia também aponta que ficou mais fácil chegar ao arquipélago após a ampliação da rota Honolulu–Rarotonga pela Hawaiian Airlines (junho de 2025) e o anúncio de voo direto Brisbane–Rarotonga pela Jetstar, previsto para maio de 2026.

O roteiro ainda cita regiões em reconstrução e destinos com “propósito” turístico: Ishikawa, no Japão, chama visitantes a apoiar a recuperação da península de Noto após o terremoto de 2024, destacando artesanato, pousadas familiares e projetos ligados ao saquê local; Uluru, na Austrália, aparece com uma nova caminhada de cinco dias e quatro noites (54 km) ligada ao Parque Nacional Uluru–Kata Tjuta, além de experiências noturnas como Wintjiri Wiru e o Campo de Luz; e o guia reforça o movimento de buscar alternativas a clássicos supervisitados — como Montenegro em relação à Croácia, Montevidéu em comparação a Buenos Aires e destinos com patrimônio histórico “sem multidões”, segundo a própria seleção.

Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.