Empresa dobra aposta na Havaianas após boicote de bolsonaristas; entenda

Atualizado em 29 de dezembro de 2025 às 15:05
Fernanda Torres durante gravação de propaganda das Havaianas. Foto: Reprodução

Após a campanha de boicote promovida por bolsonaristas contra a Havaianas, a Itaúsa, controladora da Alpargatas, dona da marca, decidiu redobrar sua aposta na empresa e aumentou sua participação nas ações para cerca de 15,94%.

A extrema-direita decidiu tentar cancelar a marca após propaganda com a atriz Fernanda Torres em que diz que não se deve começar o ano de 2026 com o “pé direito”, mas com os “dois pés”. A empresa chegou a ter uma queda inicial, mas se recuperou.

Com a decisão da Itaúsa, a fatia conjunta dos acionistas controladores passou a ser de aproximadamente 40,03%. Após o impacto inicial, as ações da Alpargatas subiram 3,5%, atingindo R$ 11,85. A Havaianas tem um valor de mercado de cerca de R$ 7,3 bilhões.

A decisão de ampliar a participação na Alpargatas foi vista como uma tentativa da Itaúsa de fortalecer sua posição estratégica, garantindo maior controle sobre as operações e os rumos da empresa, especialmente durante um momento de volatilidade.

Fachada da Itaúsa. Foto: Divulgação

Além de pedir boicote à marca nas redes, bolsonaristas também decidiram passar vergonha e protestar pessoalmente. Em Minas Gerais, por exemplo, uma extremista identificada como Sheila Marcelo Carneiro decidiu pular com o pé direito em frente a uma loja da marca.

A Havaianas não foi a única marca que bolsonaristas tentaram “cancelar” sem sucesso. Em 2023, por exemplo, a marca de chocolates Bis foi alvo de uma campanha similar por uma peça publicitária com o influenciador Felipe Neto, crítico do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Avon, Piracanjuba, Magazine Luiza e até os filmes “Ó Pai, Ó 2” e “Guerra Civil” também entraram na mira da extrema-direita por motivos políticos.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.