
A conduta do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli em relação à liquidação extrajudicial do Banco Master tem gerado especulações entre os colegas da Corte. Alguns veem sinais de que ele poderia anular a decisão do Banco Central, tomada em novembro, que determinou a liquidação da instituição.
A medida foi considerada por Toffoli como uma questão que poderia ser revista, especialmente com a convocação de uma acareação para reunir as partes envolvidas no caso, o que surpreendeu muitos observadores do STF. O magistrado já negou um pedido do Banco Central para que a liquidação fosse mantida sem questionamentos.
A acareação, marcada para ocorrer em breve, reunirá o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos.
Segundo a coluna de Carla Araújo no UOL, o movimento tem sido interpretado por alguns como uma tentativa de Toffoli de aprofundar sua análise sobre o caso, o que levanta a possibilidade de uma decisão surpreendente. Alguns ministros do STF, no entanto, acreditam que seria altamente improvável que ele anule a liquidação.

Eles avaliam que uma decisão administrativa como essa, tomada pelo Banco Central, não seria facilmente revogada em um contexto criminal. A acareação, embora tecnicamente não usual nesse momento, foi vista como uma tentativa de esclarecer os fatos, e alguns membros do STF acreditam que isso não prejudicará o andamento do processo.
Por outro lado, há quem ainda acredite que Toffoli poderia surpreender ao usar sua autoridade para reverter a liquidação do Banco Master. A lembrança de ações anteriores, como a suspensão dos acordos de leniência, fez com que alguns acreditassem que o ministro poderia tomar uma medida extrema.
Esse tipo de intervenção, embora arriscado, não seria inédito para Toffoli, o que amplia as especulações sobre o futuro do caso. Dentro do Banco Central, há uma expectativa de que o banqueiro Daniel Vorcaro tente reverter a liquidação e até buscar uma compensação financeira, alegando que havia alternativas para salvar a instituição antes da decisão da autarquia.