
O ministro Dias Toffoli recuou da decisão que determinava a realização de acareação entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. Agora, caberá à Polícia Federal avaliar se há necessidade de colocá-los frente a frente após os depoimentos individuais.
Os três serão ouvidos pela PF, e as versões apresentadas deverão ser comparadas pela delegada responsável pelo inquérito. O diretor do Banco Central será ouvido como testemunha e não figura como investigado no caso.
Inicialmente, Toffoli havia determinado de forma expressa a realização da acareação. Nesta nova decisão, o ministro reviu o posicionamento e deixou a adoção da medida condicionada à avaliação da PF, após a coleta dos depoimentos.
A acareação é um instrumento usado quando há divergências entre depoimentos e serve para confrontar diretamente as versões dadas por investigados, testemunhas ou vítimas. No caso do Banco Master, Toffoli afirmou que já há contradições nos autos e que os depoimentos podem reforçar esse cenário.

O inquérito apura operações envolvendo o Banco Master e a venda de carteiras de crédito consignado ao BRB. As investigações apontam suspeita de contratos falsos e valores bilionários negociados antes mesmo da formalização da venda do banco.
Daniel Vorcaro foi preso por 12 dias e responde atualmente com tornozeleira eletrônica. A liquidação do Banco Master foi decretada em 18 de novembro, e diligências relacionadas ao caso passaram a depender de autorização do ministro do STF.