The Economist: Lula não deveria disputar reeleição em 2026

Atualizado em 30 de dezembro de 2025 às 21:44
presidente Lula (PT) falando e gesticulando, sério, sem olhar para a câmera, sentado perto de mesa cheia de papéis
O presidente Lula (PT) – Ricardo Stuckert/PR

A revista britânica The Economist publicou editorial afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria concorrer à reeleição em 2026. Segundo o texto, embora o Brasil tenha mostrado em 2025 a resiliência de suas instituições democráticas, o país “merece escolhas melhores” no próximo pleito. A publicação lembra que, em agosto, dedicou capa ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao julgamento que o condenou por liderar uma trama golpista.

O editorial publicado nesta terça-feira (30) afirma que a principal razão para Lula, de 80 anos, não disputar um novo mandato é a idade. A revista afirma que mais quatro anos de governo representariam risco com um governante octogenário. O texto compara o caso ao do ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, citando custos políticos de candidaturas em idade avançada, e registra que Lula aparenta melhores condições físicas.

A revista menciona ainda problemas de saúde recentes, como a cirurgia cerebral realizada em dezembro de 2024, após uma queda em casa. Em caso de reeleição, Lula terminaria o mandato aos 85 anos.

Publicação cita corrupção, economia e desgaste político

O texto afirma que escândalos de corrupção associados aos primeiros mandatos seguem pesando para parte do eleitorado. A revista também critica a política econômica atual, descrita como pouco ambiciosa e focada em programas de transferência de renda, apesar de registrar avanços como a reforma tributária. Segundo o editorial, “carisma não é escudo contra o declínio cognitivo”, ao defender que o presidente abra mão de nova candidatura.

A The Economist afirma que Lula segue favorito pela falta de adversários competitivos no centro e na esquerda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é citado como nome cogitado, mas apontado como sem apelo eleitoral.

A revista menciona pesquisa Datafolha de junho, segundo a qual 57% dos entrevistados rejeitam a candidatura à reeleição, enquanto 41% defendem. Outra pesquisa do instituto, em dezembro, apontou 32% de avaliação positiva do governo, 37% negativa e 30% regular.

Tarcísio e Flávio Bolsonaro são citados como opções na direita

No campo da direita, o editorial afirma que Jair Bolsonaro mantém influência e tenta transferir apoio ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), classificado pela revista como pouco competitivo contra Lula.

Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é apontado como alternativa com melhor posição nas pesquisas, mesmo sem candidatura oficializada. O texto conclui dizendo que Lula “faria um favor ao país” ao anunciar que não concorrerá e que, se isso não ocorrer, caberá à direita reorganizar-se em torno de um nome competitivo para 2026.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.