
O Financial Times publicou seu tradicional especial anual Forecasting the World in 2026, que pode ser traduzido como “Previsões para o mundo em 2026”. A série reúne análises prospectivas sobre os principais movimentos políticos, econômicos e geopolíticos que devem moldar o ano seguinte, com base em dados, tendências estruturais e avaliação de riscos globais.
Um dos destaques envolve o cenário político brasileiro. Segundo o FT, Luiz Inácio Lula da Silva é o favorito para vencer a eleição presidencial de outubro de 2026 e conquistar um quarto mandato, inédito na história do país. A avaliação parte do pressuposto de que, salvo um problema de saúde de última hora, Lula entrará na disputa em posição vantajosa mesmo aos 80 anos.
O jornal aponta três fatores centrais para essa projeção. O primeiro é o perfil de Lula como um “campanhista formidável” (no original, “campaigner”), capaz de mobilizar eleitores e alianças em contextos adversos.
O segundo é o desempenho da economia brasileira, descrito como robusto, o que tende a favorecer o governo em disputas eleitorais. O terceiro elemento é a postura de Lula no cenário internacional, especialmente sua capacidade de se contrapor a pressões externas e negociar com grandes potências sem alinhamento automático.
“Salvo um problema de saúde de última hora, Luiz Inácio Lula da Silva é o favorito para vencer a eleição de outubro próximo, mesmo aos 80 anos. Um campaigner formidável, o líder de esquerda tende a se beneficiar de uma economia robusta e de sua postura de enfrentamento às investidas de Trump”, diz o texto.
No final de novembro, a colunista Gillian Tett, do FT, afirmou que Lula saiu vitorioso da ofensiva tarifária conduzida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após meses de tensão diplomática envolvendo a taxação de produtos brasileiros.
Tett ironizou a reversão das tarifas adicionais anunciadas em agosto, que haviam elevado a taxação sobre produtos do Brasil para 50%.
“Como se diz ‘TACO’ — no sentido de ‘Trump Always Chickens Out’ (‘Trump sempre amarela’, em tradução livre) — em português?”, escreveu, sugerindo que a provocação passou a circular entre brasileiros “com um sorriso”.