
Existe uma coisa pior do que Jair Bolsonaro falar “corrupIção”, metendo um I inexistente na palavra: é Merval Pereira e sua pronúncia de “qüestão”, enfiando trema onde não tem.
Merval e os colegas da GloboNews não conseguiam esconder sua consternação diante da entrevista do presidente eleito do Brasil ao Jornal Nacional.
Bolsonaro repetiu as fake news sobre o kit gay e contou que vai retaliar a Folha de S.Paulo pela matéria sobre sua caseira Walderice, a Wal.
“Imprensa que se comportar dessa maneira indigna não terá recursos do governo federal”, afirmou. “Por si só esse jornal se acabou”.
Merval engatou um media training, orientando Bolsonaro a “moderar seu discurso”.
Sugeriu, olha que bacana, que ele processe a Folha ao invés de ameaçar a publicação. Sensacional.
Seguiu-se um desfile de jornalistas especializados em bater no espantalho petista surpresos com Bolsonaro sendo Bolsonaro.
Valdo Cruz lamentou que ele tenha insistido no kit gay.
Natuza Nery fez um aparte confuso, dando que entender que espera que o sujeito diga uma coisa e aja de forma diferente.
“Precisa descer do palanque”, falou alguém.
Gerson Camarotti queria que Bolsonaro fosse um cara legal e abraçasse todos os brasileiros a partir de agora.
“Essa generosidade vai partir do presidente”, disse.
Heraldo Pereira, para variar, assistia, intervindo com uma ou outra frase acaciana.
Em resumo, a Globo está caindo em si que serão vãos seus esforços em normalizar o ex-capitão.
Jair Bolsonaro não é uma “esfinge”, como o define a Folha em editorial.
Bolsonaro é o que é. Sempre foi. Ou melhor, é aquilo que diz que é.
Faz anos que está avisando todo mundo. Ficar pasmado, a essa altura, é patético.
Não serão Merval, ou seu basto bigode, e sua turma que farão o rapaz tomar banho de civilidade.
É melhor já ir se acostumando, tio.