A mente caótica de um militar bolsonarista que combatia o “kit gay” e, escondido, divulgava pornografia infantil. Por Daniel Trevisan

Atualizado em 20 de janeiro de 2019 às 4:48
O militar Riguette e as postagens sobre a farsa do kit gay

Reportagem publicada na revista Carta Capital comprova que, na alma de todo moralista, existe uma mente perversa.

É o caso de um militar da reserva listado pelo FBI como um dos maiores divulgadores de pornografia infantil do mundo está atrás das grades.

O nome dele Jorge A. B. Riguette, de 67 anos, que foi preso em outubro na cidade de Nova Friburgo (RJ), mas só agora a Justiça derrubou o sigilo do caso.

E o que os policiais encontraram?

Muito material de pornografia infantil.

A Polícia Federal encontrou mais de 700 mil fotos e vídeos pornográficos nos computadores dele.

“Havia fotos de bebês, crianças de várias idades. Precisamos saber, por exemplo, se ele mantinha conversas com menores, se gravava vídeos, ou mantinha contato com estupradores”, explica a delegada Paula Mary Reis de Albuquerque, responsável por interrogá-lo.

Esta era o lado oculto deste homem que morava sozinho e prestava serviços como analista de informática.

Na sua face pública, foi candidato a vereador pelo Democratas (DEM), em 2008, no município de Trajano de Moraes (RJ).

Nas redes sociais, Riguette se mostrava um defensor da família e dos bons costumes.

Dizia temer os avanços do ‘kit gay’ entre crianças, a farsa que a atual ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, ajudou a propagar, juntamente com seu chefe anterior, Magno Malta, e o chefe atual, Jair Bolsonaro.

Riguette era também um defensor da ditadura militar e, claro, se engajou na campanha do capitão Bolsonaro.

Suas últimas postagens de acesso público  – no dia 10 de outubro – trazem notícias e montagens a favor de Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência da República.

Em resumo, Riguette tinha uma mente caótica e doente, que ele tentava esconder com o discurso da lei e da ordem.