Bolsonaro foge de estudantes, mas é valente para demitir fiscal do Ibama. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 29 de março de 2019 às 9:55
Bolsonaro em foto de Morelli, fiscal do Ibama que o multou e que foi demitido

Para ir ao Mackenzie encarar estudantes, ele corre.

Para comparecer a debates, ele corre. Para a reforma da Previdência, ele corre.

A exoneração de José Olímpio Augusto Morelli do cargo de chefia que ocupava no Ibama é uma vergonha.

Tudo porque, em 2012, ele multou o então deputado federal Jair Bolsonaro por pesca irregular numa estação ecológica perto de Angra dos Reis.

A divisão de Morelli, segundo a Piauí, tem papel importante no esforço de fiscalização da Amazônia.

“Fui punido por ter feito minha obrigação”, afirma.

Quando foi flagrado, Bolsonaro tentou dar uma “carteirada”, contou o jornalista Eduardo Reina no DCM.

Ligou para o então ministro da Pesca, Luiz Sérgio, que fora prefeito de Angra, para pedir ajuda.

O ex-ministro o aconselhou a deixar o local.

Os 10 mil reais nunca foram pagos por JB.

Em janeiro, a superintendência do Ibama no Rio de Janeiro suspendeu a infração com base num parecer da AGU segundo o qual Bolsonaro não teve amplo direito de defesa no processo.

É um governo covarde e vingativo, aquele mesmo que posa de leão com a Venezuela enquanto vira um gatinho para lamber o saco dos EUA.

O mesmo que mantém ministros corruptos e ineptos e ataca professores e índios.

A poltronice bolsonarista lembra a defenestração do garçom Catalão por Michel Temer, suspeito de ser “petista”.

Essa mesquinharia aproxima os anões morais.

Valentia, Jair Bolsonaro só tem para mandar demitir fiscal do Ibama.

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.