Moro e a imagem de seu perfil fechado no Facebook: ele se vê como o poderoso Lord Chief Justice

Atualizado em 21 de junho de 2019 às 11:22
Sir William Erle, o chef da justiça britânica, e Moro, o chefe de Dallagnol: uma cópia

Quando mantinha uma página no Facebook destinada a idolatrar o marido, a “Eu MORO com ele”, Rosângela avisou em uma postagem que existiam muitos perfis falsos do marido no Facebook, mas somente um era dele mesmo, fechado para os amigos.

O perfil não traz a foto de Moro, mas de dois juízes britânicos em trajes de chefe da Justiça (Lord Chief Justice).

Um deles é Sir William Erle, que atuou na primeira metade do século XIX. Os biógrafos o descrevem como um juiz forte e muito convicto de suas opiniões. Tinha também um leve sotaque regional.

Para ser Moro – ou como parece que Rosângela Wolff Moro o via –, só faltava Sir William Erle falar fino.

O falso Lord Chief Justice continua vivo no Facebook, mas só para interação com amigos e parentes.

Um leitor atento que observou Moro no depoimento à Comissão de Constituição e Justiça do Senado viu que, na vida real, ele procura reproduzir o gesto característico Sir William Erle, eternizado em um quadro.

Apoia o queixo sobre o polegar  com outos dois dedos encostados na face. A clássica imagem do homem que quer parecer inteligente.

Moro, como se vê pelo seu histórico e principalmente pela publicação de seus chats secretos, parece mesmo se considerar o  chefe.

Escolhe quem vai julgar, empareda o Supremo e dá ordem ao Ministério Público para perseguir jurisdicionado.

Na Inglaterra, estaria preso.

Aqui se tornou superministro num governo de extrema direita.

 

Joaquim de Carvalho
Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquimgilfilho@gmail.com