Fala de Gilmar pode levar PGR a investigar conteúdo da Vaza Jato

Atualizado em 2 de outubro de 2019 às 19:58
Kennedy Alencar. Foto: Reprodução/Facebook

Do blog de Kennedy Alencar:

A fala contundente do ministro Gilmar Mendes hoje no Supremo Tribunal Federal pode levar a Procuradoria Geral da República a investigar o conteúdo da Vaza Jato. Seria algo inédito em quase quatro meses de revelações sobre eventuais crimes e abusos de estrelas da Lava Jato, como o ex-juiz federal Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.

Esses fatos fazem parte do arquivo do “The Intercept Brasil”, material compartilhado com outros veículos de comunicação e com autenticidade comprovada. A Vaza Jato expõe desde 9 de junho eventuais crimes e abusos de poder de integrantes da Lava Jato. Gilmar Mendes disse que muita coisa ainda virá à tona.

Gilmar Mendes foi duríssimo com Moro e Dallagnol e também criticou outros procuradores da República. O ministro do STF disse que Moro era “o verdadeiro chefe da força-tarefa” da Lava Jato em Curitiba, confundindo, ilegalmente, os papéis de julgador e acusador. Afirmou que Moro indicou testemunhas ao Ministério Público e sugeriu a procuradores e policiais federais a ordem de operações da Lava Jato para obter impacto midiático.

Nas palavras de Gilmar, havia uma “organização criminosa em Curitiba”. Ele fez questão de lembrar conversas no Telegram que mostravam tentativas de ataques a ministros do STF ou pura zombaria sobre o apoio de alguns. Citou ele próprio e Dias Toffoli, presidente da corte, como alvos de tentativas ilegais de investigação da Lava Jato. Disse que procuradores tentaram envolver Dias Toffoli com a delação da OAS.

(…)

Dias Toffoli também abriu a sessão com críticas à Lava Jato. Ele disse que o STF “repudia os abusos e excessos e tentativas de criação de poderes paralelos e instituições paralelas”. A Vaza Jato mudou o rumo dos ventos no STF. Gilmar acertou hoje ao discursar sobre eventuais crimes e abusos cometidos por integrantes da Lava Jato