Povo do Equador resiste nas ruas à tirania neoliberal de Lenín Moreno

Atualizado em 13 de outubro de 2019 às 15:16
Lenín Moreno. Foto:
JUAN CEVALLOS / AFP PHOTO

Relato divulgado pela mídia independente dá detalhes da resistência do povo equatoriano diante da guerra desencadeada pelo ditador Lenin Moreno contra o povo que o elegeu. Como no Brasil, a velha imprensa de lá está sonegando informações. Noticiou um panelaço como se fosse um protesto pela paz. Não era. Era pela renúncia do autocrata.

O #governo sabe que o tempo está se esgotando. É por isso que ele se esforça para controlar a história da mídia: é uma de suas principais fontes de oxigênio.

A frente de guerra gerada na noite de sexta-feira no centro histórico de Quito, coberta apenas pela mídia alternativa ao vivo, explodiu na manhã de sábado na capital. A onda de choque levantou praticamente toda a cidade.

A insurreição popular de ontem não foi indígena, mas sim generalizada e massiva. Como resultado, foram registrados piquetes em praticamente todos os bairros de Quito. Espontaneamente, as pessoas saíram e gritaram “fora Moreno”.

O protesto estava crescendo e explodiu em forma de revolta. A raiva chegou ao centro do Estado, um símbolo da nova ordem e da mídia, cujo papel nesta crise mostrou claramente como eles estão a serviço do regime #LenínMoreno.

Assim, grupos encapuzados e anarquistas, extremamente violentos, invadiram os escritórios das entidades mencionadas e os queimaram. O caos reinou na capital do país.

De seu cargo, Moreno reagiu encorajado pela Justiça que o protege. Em uma medida sem precedentes, ele militarizou o #Quito e decretou o toque de recolher até novo aviso (o país não se lembra de alguém que alcançou tanto por apenas permanecer no poder). Diante do distúrbio e sob forte pressão da mídia, o #Conaie teve apenas que aceitar o diálogo.

Mas a bola de neve já está lançada. Em #Guayaquil, uma marcha pacífica foi montada espontaneamente (nunca houve saques na cidade ontem, apesar do protesto ter passado por shopping centers) em direção ao governo, onde Moreno e seus ministros se reúnem. Eles não passaram e foram reprimidos.

A noite caiu e um fenômeno social de importância importante ocorreu. Grupos populares haviam chamado um #cacerolazo (não há protesto de oposição com um símbolo maior que este) às 20:30. Enquanto Teleamazonas entrevistou um analista de fundo ouvindo o barulho ensurdecedor das panelas.

Em uma manipulação da mídia que permanecerá nos registros da história da comunicação no # Equador, o canal relata que o cacerolazo é pela paz, para tentar roubar o significado do protesto e oficializá-lo (somente aqui alguém pode vender a idéia de que um cacerolazo é pró-governo e médias econômicas). Nesse caso, os ativistas da rede se juntaram.

Indignado, o povo de Quito impediu que seu protesto fosse roubado e saiu para quebrar o toque de recolher imposto por Moreno. Existem vídeos que circulam apenas nas redes sociais, onde marchas e concentrações massivas são vistas em bairros pacíficos de Quito, gritando “do lado de fora de Moreno do lado de fora”. São pais e mães com filhos em uma demonstração de unidade que o país não havia visto durante essa crise.

Como se isso não bastasse, foram registradas manifestações espontâneas em Manta, Machala e Ibarra, gritando “Quito espera, a cidade se eleva”. Apesar dos esforços do direito de Guayaquil de posicionar esse conflito como regional, o ultraje popular regenerou o protesto, tornando-o pacífico e cidadão. Para fazer isso, com um único grito, peça a partida de Moreno.

Gradualmente, o protesto contra o regime está se tornando cidadão e cívico. Pelo menos foi o que foi visto na noite passada, quando os vizinhos de Quito cancelaram o toque de recolher. Portanto, reduzir a manifestação à manipulação política de Rafael Correa, Nicolás Maduro, FARC, ELN, reis latinos e narcotraficantes faz parte da história da mídia, mas, acima de tudo, constitui um erro muito grave do governo, porque não entende as causas de um movimento que o envolve.