A estátua

Atualizado em 1 de junho de 2013 às 17:44
Os torcedores não gostaram disso

Um momento.

Que esta estátua do Rei do Pop está fazendo no estádio do Fulham, um clube médio de futebol que fica aqui pertinho de casa?

Não é uma estatuazinha. É uma estatuazona, à altura da lenda de Michael Jackson. Os torcedores ao vê-la ficaram primeiro surpresos e depois, em boa parte, irritados.

Inovação? Provocação? Paixão irrefreável da diretoria do clube por MJ?

Não.

Antes, é a mente de um empresário que não quer perder nada. O dono do Fulham é  Mohamed Al Fayed, o magnata egípcio que antes também era proprietário da Harrods, a grande loja de departamentos de Londres. Ele encomendou a estátua para a Harrods. Só que a vendeu antes que a obra ficasse pronta.

Para não desperdiçar o dinheiro investido, ele simplesmente remanejou o local que planejara para o tributo: em vez da Harrods, o Fulham. Em vez de um público familiarizado com as danças e as canções de MJ, torcedores interessados no hino tosco do time.

MJ está na companhia de Johnny Haynes, considerado o maior jogador da história do Fulham. Jogou 18 anos no clube entre 1952 e 1970 e defendeu a seleção inglesa 56 vezes. No verbete da Wikipédia dedicado a Haynes, está dito que Pelé teria dito que se tratava do maior distribuidor de bolas que vira em campo. A estátua de Haynes chama a atenção quando você vai ao Fulham. É tão feia que é bonita. É uma aula de história do futebol: as chuteiras antigas, a bola com gomos, o uniforme sem publicidade.

É difícil imaginar que Michael Jackson vá ficar no estádio do Fulham muito além do tempo em que Al Fayed for o dono. Mas até lá é bom que os torcedores se acostumem com a bizarra mistura de futebol e Michael Jackson.

Quanto aos torcedores incomodados, Al Fayed disse apenas: “Que vão para o inferno”.