
Publicado originalmente no blog do autor
Tarso Genro escreveu esta semana no Twitter:
“Ainda espero – e logo – acordar pela manhã e ler um manifesto assinado por Lula, Ciro, Dino, Marina, Haddad, Erundina, Juliano Medeiros, Boulos, Manuela, Freixo, Requião, nos chamando à unidade para vencer a pandemia e em defesa do Brasil, da Democracia e do Trabalho”.
Tenho respeito pela trajetória e pela capacidade de reflexão e de ação política de Tarso, que tem feito análises precisas da situação brasileira, desde o golpe de agosto de 2016.
Mas me atrevo a dizer que esse não é o momento para articulações fechadas, mesmo que para a produção de manifesto, de nomes da esquerda e da militância da política dita convencional.
Eu gostaria de ver esse manifesto ampliado e assinado também por Bresser Pereira, Oscar Vilhena Vieira, Delfim Netto, general Santos Cruz, Miguel Nicolelis, Pérsio Arida e tantos outros, incluindo lideranças da Igreja Católica, da Evangélica de Confissão Luterana e de outras igrejas que assumam compromissos claros com a democracia.
Até aos golpistas arrependidos deveria ser dada a chance de assinar um manifesto ao lado de lideranças de esquerda.
O próprio PT fez isso quando articulou e levou adiante alianças com golpistas históricos de 64. O que importa hoje é juntar quem deseja salvar o país dos desatinos de Bolsonaro e dos filhos de Bolsonaro.
O Brasil precisa pelo menos tentar redescobrir seus liberais, mesmo que os sobreviventes sejam poucos.