Silvio Santos cancelou o “SBT Brasil” e o substituiu por um lixo chamado “Triturando”. Foi no sábado, dia 23.
Uma de suas filhas, Patrícia Abravanel, é casada com o deputado Fábio Faria (PSD-RN). Segundo o site Na Telinha, Faria relatou ao sogro reclamação do chefe da Secom, Fabio Wajngarten, a respeito do telejornal.
O problema era a maneira como se lidou com a reunião ministerial de 22 de abril, mais parecida com uma cloaca aberta.
Maurício Stycer escreveu no Uol que Silvio teria ordenado que não se voltasse ao assunto. A pauta deveria ser a agenda do dia do sujeito.
Os funcionários continuaram trabalhando, até serem dispensados por volta das 19h30.
Silvio leva essa vantagem sobre os inocentes úteis: eles acreditam no personagem dominical, o bufão sem noção.
A razão para essas manobras é sempre a mesma: grana. Anúncios do governo federal. Campanhas. Medo de secar a fonte.
Acrescente-se a isso o fato de SS estar à vontade com um governante que é lambe-botas de militares, como ele foi.
João Figueiredo lhe deu a concessão. Em troca, criou a “Semana do Presidente”.
Com sua peruca, o jeito de tiozão milionário do pavê, uma certa incontinência verbal, é fácil esquecer que ele contratou, enquanto o público ria, um time de comentaristas que Mussolini não teria montado.
Entre eles, Rachel Sheherazade, que agora sofre censura.
Não é que ele não goste de jornalismo. Ele gosta, desde que seja a favor.
O SBT chegou a desenterrar slogans do regime militar em vinhetas com pontos turísticos manjados do país e locução de Carlos Roberto, a voz do dono.
Uma delas ressuscitava o hino “Eu te amo, meu Brasil”, da dupla Dom & Ravel, trilha sonora do período mais pesado da repressão.
Judeu, Silvio acobertou o apresentador Marcão do Povo, que defendeu campos de concentração na pandemia de coronavírus.
Aos 89 anos, é um exemplo de como a velhice pode ser doentia.
Nada disso salvará a emissora de uma crise financeira (a credibilidade já não existe) e a ele mesmo de ser encarado como eterno puxa-saco de tiranetes.