Datafolha mostra que eleição em São Paulo está indefinida. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 24 de novembro de 2020 às 11:29

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Guilherme Boulos e Bruno Covas, um de cada lado

Por Luis Felipe Miguel

A crer nos novos números do Datafolha, a eleição em São Paulo permanece indefinida.

As manchetes são para os “votos válidos” (um abuso de linguagem, já que se trata de intenções de voto), mas a análise deve ser feita a partir do universo total, isto é, levando em conta os indecisos.
Covas está estagnado – permanece com os 48% de intenções de voto que tinha na semana passada.
Gostaria de dizer que ele atingiu seu teto, mas isso é wishful thinking. O que se pode dizer com segurança é que a campanha do prefeito está com dificuldade para atingir o contingente ainda significativo de indecisos.
Boulos cresceu cinco pontos em cinco dias – passou de 35 para 40% das intenções de voto. É muito. Mas ele tem apenas cinco dias para ganhar os pontos que ainda faltam.
Com uma campanha um pouco mais longa, eu apostaria todas as minhas fichas no candidato do PSOL. Boulos se comunica bem, tem grande talento para dissolver antipatias pré-fabricadas, usa com proveito o horário eleitoral. A militância percebe o crescimento da candidatura e se anima. Num cenário como esse, muitos dos eleitores de Covas tendem também a se tornar menos irredutíveis.
Faltando tão pouco tempo para a votação, é difícil dar palpite sobre o resultado. Covas está na frente, mas convém ponderar:
– Apenas duas sondagens não permitem comprovar, mas é bem provável que o ganho de votos de Boulos esteja se acelerando, como efeito cumulativo dos programas do horário eleitoral. Isso torna factível uma virada até domingo.

– Na votação do primeiro turno, Covas ficou cinco pontos abaixo do que o Datafolha da véspera lhe prometia. E Boulos ficou três pontos acima. Seja por viés da pesquisa, seja por efeito da mobilização na reta de chegada, há aqui um dado a ser levado em conta.