O golpe da seringa é mais uma artimanha para Bolsonaro adiar a vacinação. Por Moisés Mendes

Atualizado em 30 de dezembro de 2020 às 20:45

Publicado originalmente no blog do autor

Por Moisés Mendes

Bolsonaro abraça boneco do Zé Gotinha na cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 Foto: Evaristo Sá/AFP

São ingênuos os que tratam o leilão do governo para compra de seringas como um surpreendente fracasso.

Foi na verdade um fracasso planejado. O governo usa todas as artimanhas para ir adiando a vacinação.

Bolsonaro não quer comprar nada. Alguém acredita que um governo que não compra nem seringas será capaz de fazer vacinação em massa?

Bolsonaro quer andar de jet ski. O Brasil é um país apalermado. Um grupo de forasteiros em três caravelas se apossaria do Brasil hoje sem resistências.

E o grupo sairia anunciando que se apoderou da terra mais acovardada de todos os continentes.

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A CHINELAGEM E A GRÃ-FINAGEM
O Ministério Público, a polícia, o prefeito de Mangaratiba e a imprensa não enfrentaram Neymar e seus patrocinadores.

Até hoje o Jornal Nacional não deu uma frase sobre a festa que finalmente teria sido cancelada.

Neymar é o Bolsonaro do futebol. Mas Neymar tem patrocínio, e Bolsonaro patrocina o centrão.

O jogador desistiu da festa, se é que desistiu, por causa das reações aqui e no Exterior.

Mas as autoridades, as instituições e a Globo não iriam incomodar Neymar.

O Brasil ficou sem a grande festa da pandemia. A chinelagem não consegue imitar a grã-finagem.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/