Daniel Silveira pede perdão de joelhos e resume o bolsonarismo: tigrão nas redes, covarde na vida real

Atualizado em 19 de fevereiro de 2021 às 20:53
Daniel Silveira faz sua defesa na Câmara por videoconferência

Até anteontem, o deputado bolsonarista Daniel Silveira se achava acima do bem e do mal, o príncipe bastardo do governo vagabundo-fascista.

Gilmar Mendes era o sujeito que “vende sentenças”, Edson Fachin era “moleque, mimado, mau caráter, marginal da lei, vagabundo, cretino e canalha, a nata da bosta do STF”, alguém em que ele bateria com gato morto até miar.

Alexandre de Moraes era “Xandão do PCC” e Barroso o homem que “gosta de culhão roxo”.

Agora, em sua defesa patética na Câmara para sair da cana, Silveira pediu desculpas por “ir de 0 a 100 em poucos segundos”.

“Minha fala pode ter sido dura, mas quem jamais exagerou em sua fala ou errou?”, perguntou.

“Lamento por todo esse episódio que me faz refletir”. “Foi um momento passional”. Blablablá.

O lombrosiano Daniel cometeu jumenticídio. Apela para o estado de direito após fazer apologia do AI-5.

Na abertura da sessão, o presidente da casa, Arthur Lira, deu a entender que o estúpido não apenas permanecerá detido, como caminha para ser cassado.

Daniel Silveira é um risco à democracia e à sociedade e merece mofar numa cela de forma exemplar.

Mas é, sobretudo, um resumo do bolsonarismo: covarde que desmontou com dois dias na gaiola.

Como cantava Bezerra da Silva: “Você com revólver na mão é um bicho feroz, feroz. Sem ele, anda rebolando e até muda de voz”.

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.