Festival de Jazz antifascista é barrado na lei Rouanet por não ser dedicado ao “Criador”

Atualizado em 12 de julho de 2021 às 20:08

Publicado originalmente no Esquerda Diário

Mario Frias e Bolsonaro. Foto: Reprodução

O secretário Mario Frias, o quinto a assumir a Secretaria Especial da Cultura já havia atacado em outros momentos com a continuidade da censura de conteúdos LGBT’s. O secretário bolsonarista, mantém a tarefa do órgão ser um difusor da ideologia da extrema direita, enquanto censura tudo que vá contra o conservadorismo imposto por Bolsonaro e corte.

A justificativa do autor do parecer aponta uma postagem no Facebook do Festival, feita em 1º de Junho de 2020, como prova que o festival não seria efetivamente de música. No documento que nega a habilitação do evento em captar recurso junto a Lei Rouanet começa com uma frase atribuída ao músico alemão Johann Sebastian Bach “o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma”.

Os argumentos usados, causaram estranheza no produtor executivo do festival, Thiago Tao. “Pela primeira vez, eles colocam um teor ideológico forte na justificativa do parecer. Eles não analisaram o projeto. Eles citam a postagem do ano passado, colocando como justificativa para não podermos captar o recurso. Não citam qualquer questão técnica ou artística”, afirma Thiago.

Thiago também colocou que o festival já havia sido aprovado outras vezes na Lei Rouanet, as mais recentes de 2017 a 2019 e que o parecer geralmente tem um teor bem técnico, diferente desse que tem um caráter bem ideológico.