Ministro da Justiça coloca braço direito no comando da PF

Atualizado em 25 de fevereiro de 2022 às 17:19
Ministro da Justiça, Anderson Torres, ao lado de Bolsonaro, é amigo de Flávio e escolheu seu braço direito para chefiar a PF.

Sem explicações, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres resolveu trocar, na véspera do Carnaval, o comando da Polícia Federal. O atual diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, foi substituído por Márcio Nunes de Oliveira, número 2 do Ministério da Justiça.

A troca foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), publicada na tarde desta sexta-feira (25/2), e é assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

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Demissão de Paulo Maiurino ‘pegou de surpresa’

Como o comando da PF é um cargo estratégico para o governo, geralmente seus diretores-gerais são avisados com antecedência a respeito de eventuais mudanças. Mas não foi isso que aconteceu com Paulo Maiurino.

A demissão do diretor-geral pegou de surpresa até mesmo os auxiliares de Maiurino. Segundo rumores, nem mesmo os Integrantes do gabinete do então chefe da PF sabiam da iminente exoneração.

Ministro usou Twitter para informar troca

Depois da troca ser publicada no DOU, Torres usou seu perfil no Twitter para informar que Maiurino seria deslocado para a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. 

https://twitter.com/andersongtorres/status/1497273113985400837?cxt=HHwWioC-rdv9sMcpAAAA

Ele também publicou elogios ao ex-diretor-geral. A mudança, no entanto, foi considerada um rebaixamento. Isso porque servidores que já assumiram o cargo, são, geralmente, destacados para funções de maior destaque, inclusive no exterior. 

Foi o que aconteceu com Fernando Segóvia, chefe da PF durante o governo Temer, que se tornou adido policial federal na embaixada brasileira em Roma.

Novo chefe da PF é braço direito de Torres

O novo chefe da PF é um velho conhecido de Torres, amigo do senador Flávio Bolsonaro. Além de ser seu braço direito, foi superintendente-regional da PF no Distrito Federal entre maio de 2018 e abril deste ano. 

No cargo desde março, Anderson Torres decidiu exonerar ex-diretor para beneficiar seu braço direito. Recentemente, ele se recusou a responder ao colunista do UOL, Rubens Valente, quantas vezes André Mendonça acionou PF em favor de Bolsonaro.