
Foto: Renato Souza
Mensagens obtidas pela Polícia Federal indicam que empresários foram procurados para ‘patrocinar’ reforma em uma sala comercial de Jair Renan, o filho presidente Jair Bolsonaro (PL). A PF investiga se, em troca de patrocínios, Jair Renan teria atuado como intermediador de contatos com o governo federal. Ele nega ter praticado qualquer irregularidade. As mensagens foram divulgadas pelo jornal O Globo.
O material analisado pela PF é do inquérito que apura suspeitas de tráfico de influência do filho zero quatro do presidente. Os investigadores tiveram acesso a mensagens de WhatsApp entre a arquiteta Tânia Fernandes e o amigo de Jair Renan, o personal trainer Allan Lucena, que ajudou na montagem de uma empresa de eventos em um camarote no estádio Mané Garrincha, em Brasília, para o filho de Bolsonaro.
Em mensagens do dia 22 de maio de 2020, Allan disse a Tânia: “Estamos indo já em um patrocinador”.
Logo em seguida, a arquiteta respondeu: “Oba, preciso de todos os patrocinadores. Veja as cotas para patrocinar a execução”.
Na conversa, o amigo de Jair Renan disse que, assim que o orçamento da reforma fosse finalizado, seria mais fácil montar as cotas de patrocínio para oferecer aos empresários. “Cota eletrônicos. Cota móveis. Cota reforma. Kkkkkk”, afirmou.
A arquiteta respondeu: “Kkkkk vamos pedir bolsa móveis, bolsa reforma, bolsa família”.
Allan ainda brincou que os pedidos poderiam vazar para a imprensa. “Já já sai na mídia. Filho de presidente pede Bolsa Móveis”, escreveu.
Uma das empresas apontadas como patrocinadoras do projeto recebeu, desde 2019, R$ 25,4 milhões em contratos para o fornecimento de móveis para o governo federal.
A PF ainda obteve indícios de que os responsáveis pela obra no escritório tentaram ocultar o nome de Jair Renan e negociaram um valor menor da reforma caso não fosse emitida nota fiscal, sem recolhimento de impostos.