
O empresário Dirceu Frederico Sobrinho, dono da empresa de ouro FD Gold, filiado ao PSDB, participou de reuniões com integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PL). Na quarta-feira (4), a Polícia Federal apreendeu 78 kg de ouro em Sorocaba, interior de São Paulo, que pertenceria a Dirceu.
O filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez comentários nas suas redes sociais sobre a apreensão do ouro pela PF e sugeriu que a carga seria usada para financiar a campanha tucana, já que Dirceu concorreu pelo partido como suplente de senador. A crítica, porém, pode ser um “tiro no pé”, pois segundo informações da revista Veja, o empresário também tem conexões políticas com o governo federal. Nos últimos tempos, ele foi recebido por quatro membros do primeiro escalão de Bolsonaro para tratar sobre os interesses dos garimpeiros.
De acordo com a revista, o “rei do ouro” esteve reunido com o vice-presidente Hamilton Mourão. O então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, também já participaram de reuniões com o empresário, que é suspeito de comércio ilegal de ouro. No ano passado, o Ministério Público Federal pediu a suspensão da empresa dele, acusada de despejar no mercado mais de uma tonelada de ouro extraído de garimpos ilegais da Amazônia.
A carga apreendida pela PF estava escoltada por policiais militares paulistas, entre eles um oficial da Casa Militar, ligada ao Palácio dos Bandeirantes. Eduardo Bolsonaro não citou as ligações de seu grupo político com o empresário. Dirceu é presidente da Associação Nacional do Ouro (Anoro).
Veja a publicação de Eduardo Bolsonaro
Imagine se fossem policiais que comandassem minha equipe de segurança detidos transportando 77kg de ouro?
Dá para desconfiar que podem ser valores para fins eleitorais? pic.twitter.com/2Y1Ja35oPM
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) May 5, 2022