
Gilmar Santos e Arilton Moura, pastores investigados, organizaram nove encontros no Ministério da Educação (MEC) com prefeitos e secretários de Educação. Um deles ocorreu em fevereiro de 2021 e teve como participante Jair Bolsonaro. A informação é da Folha.
O registro dos eventos foi compartilhado com a CGU (Controladoria-Geral da União) pela Assessoria Cerimonial do MEC e o relatório do órgão foi incluído nas investigações da Polícia Federal (PF). A corporação tem como uma de suas principais evidências o pagamento de propina para realização de um desses eventos no interior de São Paulo.
A controladoria apurou que os religiosos tinham controle sobre a agenda da pasta com participação de lideranças do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), de onde os recursos foram retirados.
De acordo com a PF, Milton Ribeiro “conferia prestígio da administração pública à atuação dos pastores”. A presença do presidente em um dos eventos fortaleceu a tese.
“Propagava-se, assim, a imagem de que os pastores eram pessoas influentes, prestigiadas junto aos dois principais órgãos de formulação, promoção e execução das políticas federais na área de educação”, diz o relatório da CGU.
Dos nove eventos listados, quatro ocorreram dentro do MEC. Foi em 10 de fevereiro que o presidente participou de um deles. Na ocasião, o pastor Arilton afirmou que ele foi convidado pelos religiosos e não pela pasta.