
O encontro do presidente Jair Bolsonaro (PL) com banqueiros da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) não foi articulado pela própria instituição, e sim por integrantes do governo federal.
Como revela a Folha de S. Paulo, no mínimo três aliados do presidente, das áreas econômica e política do governo, procuraram integrantes da alta cúpula da federação para organizar um encontro dele com os banqueiros.
No dia 27 de julho, a Febraban assinou o manifesto pró-democracia organizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de SP) e, logo em seguida, começou a ser procurada pelos interlocutores de Bolsonaro em busca de um encontro.
Apesar de o mandatário nunca ter sido citado, o documento é uma resposta indireta às suas recentes declarações consideradas golpistas, e seus insistentes comentários questionando a confiabilidades das urnas eletrônicas.
Desde o início, o presidente foi contra a iniciativa da carta pela democracia, dizendo que os banqueiros e empresários que assinaram eram ”sem caráter”, ”caras de pau” e até mesmo ”mamíferos”.
No entanto, foi avaliado pelo seu núcleo de campanha a reeleição que as respostas de Bolsonaro ao manifesto poderiam dificultar ainda mais sua permanência no cargo. E então, optaram por tentar reverter o quadro e amenizar a imagem do chefe do Executivo com o grupo.