PT entra na Justiça para brecar ofensiva evangélica contra Lula

Atualizado em 21 de agosto de 2022 às 23:16
O ex-presidente Lula (PT) – Marlene Bergamo – 09.fev.2017/Folhapress

Os partidos que apoiam a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República deram entrada, neste domingo (21), a uma petição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra alegações falsas divulgadas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O PT, PCdoB e PV solicitam que a Justiça determine a retirada do ar de um post em que o filho do presidente afirma que “Lula e o PT apoiam a invasão de igrejas e a perseguição de cristãos”.

Os advogados afirmam que a publicação é fake news. “Ao contrário do que afirma o Representado, no primeiro ano de governo o ex-presidente Lula sancionou a lei que permitiu que igrejas e associações religiosas pudessem ter personalidade jurídica. Em 2009, instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus e, em 2010, o Lula sancionou lei que criou o Dia Nacional do Evangélico”, destacam.

A iniciativa é uma forma da campanha petista tentar conter as informações que são compartilhadas nas redes dos eleitores evangélicos, as quais têm sido apontadas como responsáveis por fazer o presidente Jair Bolsonaro (PL) crescer nas pesquisas neste segmento.

Recentemente, o deputado e pastor Marco Feliciano (PL-SP) disse que há entre políticos de esquerda a propagação do discurso de “uma perseguição que pode culminar com o fechamento de igrejas”.

Desde a declaração do parlamentar, a informação falsa tem sido repetida pelo núcleo bolsonarista, tendo sido reforçada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PL). Um vídeo de Lula participando de um ritual de religião de matriz africana, tomando banho de pipoca, também se tornou viral. Líderes religiosos têm comparado o PT ao demônio e associado Lula ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que fechou templos em seu país.

O petista teve uma disparada na rejeição entre os evangélicos. Isso se deve em parte pela ofensiva de Bolsonaro e seus aliados em busca da fidelização desse grupo. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (18), a maioria do eleitorado evangélico (52%) diz não votar de jeito nenhum no petista para a Presidência; 35% afirmam o mesmo em relação a Bolsonaro.

Em maio, Lula contava com 36% da preferência desse grupo e Bolsonaro tinha 39%. Em agosto, no entanto, o candidato do PT caiu para 32%, enquanto o atual presidente alcançou 49%.

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