
Empresários e pastores apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) criaram um fundo financeiro para custear materiais destinados à reeleição. A Casa da Pátria, como foi batizada a ação, é definida como uma ‘campanha paralela”.
A iniciativa se apresenta como “o maior movimento civil de apoio” a Bolsonaro. Foi idealizado pelo Movimento Acorda, que se posiciona contra o “ativismo judicial” do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta do grupo é planejar, criar e distribuir bandeiras que trazem nome, número de urna, slogan de campanha e foto de Bolsonaro.
Um site que apresenta o movimento e recolhe dados de eleitores, como número de WhatsApp e endereço, foi criado no fim de julho pela Íconi Marketing, de Pernambuco, empresa de Raimundo Barreto. ”Somos voluntários. Eu desenvolvi a página e toda a estratégia de marketing do Casa da Pátria”, disse o empresário.
A lei eleitoral veda a veiculação de propaganda eleitoral em sites de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos. A página do Casa da Pátria não está relacionada entre as que Bolsonaro informou à Justiça Eleitoral que usaria para campanha.
Os gastos podem configurar caixa 2, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. Para o professor da Universidade Federal da Paraíba Marcelo Weick Pogliese, as informações prestadas publicamente pelo movimento político sugerem que as despesas superam os R$ 1.064,10 que voluntários podem gastar para promover candidaturas.
“O que vemos é uma padronização de material, portanto efetivamente uma propaganda eleitoral. Como esses valores ultrapassariam os R$ 1.064,10, precisariam ser objeto de prestação de contas do candidato. Tem que passar pela conta, se não é configurado caixa 2″, disse.